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Para receber o Mundial de 2030, a Arábia Saudita estaria na disposição de pagar estádios novos na Grécia e Egito

Riade quer organizar o Mundial de 2030 (o mesmo para o qual já é oficial uma candidatura ibérica) e pode usar o dinheiro que tem para tal, diz uma investigação do “Politico”. A contrapartida é que boa parte dos jogos da competição se realizariam no país

Expresso

GIUSEPPE CACACE/Getty

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O “Politico” chama-lhe “o plano secreto saudita para comprar o Mundial”. De acordo com o site, a Arábia Saudita ofereceu-se para pagar novos estádios na Grécia e no Egito caso os dois países acordassem fazer parte de uma candidatura tripartida à organização do Campeonato do Mundo de 2030, que juntaria países de três confederações distintas.

A proposta, diz o “Politico”, terá sido discutida numa conversa privada entre o príncipe Mohammed bin Salman e o primeiro ministro grego Kyriakos Mitsotakis no verão do ano passado e viria com uma contrapartida: a Arábia Saudita, onde o dinheiro não é um problema, custeava as obras dos novos estádios mas ficaria com 75% de todos os jogos de um Mundial que já terá 48 equipas.

De recordar que existem já duas candidaturas oficiais para organizar o Mundial 2030: a de Espanha, Portugal e Ucrânia, que teria o apoio da UEFA, e a candidatura conjunta sul-americana, esta semana apresentada e que juntaria Chile, Argentina, Uruguai e Paraguai, com a possibilidade da Bolívia também fazer parte. A chegada da Arábia Saudita à luta faria reviver as críticas ao Mundial do Catar, outro país com pobres registos de direitos humanos, onde mulheres são discriminadas e a homossexualidade é crime.

Uma candidatura vinda de três continentes poderia juntar votos das confederações africana e asiática e ainda alguns votos europeus pela presença da Grécia, embora Aleksander Ceferin, líder da UEFA, já tenha dado conta que o voto da confederação europeia deva ser numa única candidatura. A decisão será tomada no congresso da FIFA de 2024.

Nem a FIFA nem qualquer um dos governos envolvidos nesta possível candidatura tripartida respondeu às questões do “Politico” mas, numa publicação no Twitter, o vice-ministro para a cultura e desporto da Grécia, Lefteris Avgenakis, admitiu as conversações, revelando que as três nações ainda estão “nas primeiras etapas de exploração das possibilidades” de avançar. O governante apontou ainda “imprecisões” ao artigo do “Politico”, não dizendo, no entanto, quais são essas imprecisões.