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Amir Nasr-Azadani é futebolista e foi condenado à morte no Irão. O crime? Defender a liberdade e os direitos das mulheres

O sindicato internacional de futebolistas profissionais reagiu pedindo "o imediato cancelamento da punição” do defesa de 26 anos, que conta com passagens no Tractor, um dos históricos clubes do Irão

Expresso

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Amir Nasr-Azadani é um defesa de 26 anos que fez toda a carreira no seu país, o Irão, tendo passado, entre 2016 e 2018, pelo Tractor, uma das equipas históricas do campeonato iraniano e que tem entre a lista de treinadores ilustres o português Toni, que ali trabalhou em três ocasiões diferentes.

Mas Nasr-Azadani, além do que faz na vida, é um dos milhares de iranianos que foram para as ruas do Irão pedir mais liberdade e respeito pelos direitos das mulheres depois da morte de Mahsa Amini, uma jovem curda de 21 anos, quando se encontrava sob custódia da polícia da moralidade, acusada de não usar o hijab da forma correta. Por isso foi preso em novembro e agora, presumivelmente, condenado à morte pelo regime de Teerão.

O nome do defesa surgiu na segunda-feira numa lista de 28 pessoas condenadas à execução, divulgada pelo portal IranWire, e horas depois a FIFPro, o sindicato internacional de jogadores profissionais de futebol, deixou nas redes sociais uma mensagem de lamento pela situação de Nasr-Azadani.

“A FIFPro está chocada e enojada com as notícias de que o jogador profissional Amir Nasr-Azadani enfrenta a execução no Irão depois de fazer campanha pelos direitos das mulheres e pelas liberdades básicas no país”, pode ler-se na declaração do sindicato, que frisa ainda que se “solidariza com Amir”, exigindo “o imediato cancelamento da sua punição”.

Teerão já terá executado duas pessoas desde o início dos protestos nas ruas do país e a Amnistia Internacional confirmou que as autoridades iranianas terão condenado à morte pelo menos 21 pessoas em “julgamentos de fachada feitos para intimidar aqueles que participam nas manifestações populares”. A Iran Human Rights diz que pelo menos 320 pessoas já morreram nos protestos.