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Neymar arrisca ser condenado a cinco anos de prisão por alegadas irregularidades na transferência do Santos para o Barcelona

A acusação vem de um fundo de investimento brasileiro que detinha uma parte do passe do jogador. O avançado do PSG vai a tribunal na próxima semana, acusado de corrupção e fraude. A empresa alega que o valor da transferência do Santos para o Barcelona, em 2013, foi subavaliado

Expresso

LLUIS GENE/Getty

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O avançado brasileiro Neymar arrisca uma pena de cinco anos de prisão por causa da sua transferência, em 2013, do Santos para o Barcelona. Quem o acusa é um fundo de investimento seu compatriota, que alega que o valor do negócio foi avaliado por baixo e fez com que a empresa perdesse dinheiro. A DIS detinha então 40% dos direitos do atacante agora no PSG.

O jogador de 30 anos nega as acusações. No entanto, já perdeu um recurso, em Espanha, em 2017. Agora, Neymar terá de comparecer em tribunal, em Barcelona, na segunda-feira. Apesar disso, noticia a BBC, é incerto se vai ser necessário que o brasileiro esteja presente durante toda a audição, que, segundo o site da televisão britânica, pode durar duas semanas.

A DIS comprou uma percentagem dos direitos de Neymar quando este tinha ainda 17 anos, por dois milhões de euros. Na altura da contratação, o Barcelona declarou que o valor da transferência era de 51,7 milhões de euros, dos quais 40 milhões iriam para a família do futebolista. O fundo de investimento recebeu 40% dos restantes 17,1 milhões, que serviram também para pagar ao Santos.

Entre os acusados, estão igualmente os pais de Neymar, ambos os clubes envolvidos no negócio, os antigos presidentes do Barcelona, Josep Maria Bartomeu e Sandro Rosell, e o ex-presidente do Santos, Odílio Rodrigues. Rosell também já negou anteriormente qualquer ação ilegal.

A empresa de advogados que representa os familiares de Neymar, Baker McKenzie, afirmou que os tribunais espanhóis “não têm autoridade para processar a família Neymar e a sua empresa N&N”, uma vez que os atos foram cometidos por cidadãos brasileiros, fora de Espanha. A sociedade lembra ainda que os alegados crimes não são puníveis no Brasil.

Por outro lado, Paulo Nasser, advogado da DIS, alega que “os direitos de Neymar não foram vendidos ao dono da proposta mais alta”. Numa conferência de imprensa em Barcelona, na quinta-feira, Nasser disse ainda que “havia clubes a oferecer até 60 milhões de euros”.

A empresa brasileira não pede pena de prisão apenas para o jogador, mas também para Rosell e Bartomeu, para além de uma multa de 149 milhões de euros. Os procuradores espanhóis querem que Neymar seja preso por um período de dois anos e que Rosell pague 10 milhões de euros e vá para a prisão durante cinco anos. Também o Barcelona poderá ser multado em 8,4 milhões.

A Baker McKenzie declarou ainda, no seu comunicado, que a família Neymar foi acusada de “corrupção entre cidadãos individuais”, o que é aplicável a “competição de produtos e serviços entre empresas”. No entanto, lembra a firma de advogados, Neymar “não é um serviço ou um bem”. Por fim, a Baker McKenzie alega que a transferência não quebrou quaisquer regras da FIFA.