A liga espanhola condenou o que chamou “discurso de ódio” dirigido por adeptos do Atlético ao avançado brasileiro do Real Madrid, Vinícius Jr., antes do dérbi da capital espanhola. A organização mostrou-se disponível para trabalhar com as autoridades, depois de terem sido reportadas canções racistas com o jovem avançado como alvo específico.
As atitudes ocorreram este domingo, antes da partida que o Real até venceu. A Liga denunciou e condenou o triste acontecimento: “Denunciamos todos os incidentes ocorridos dentro e fora dos estádios. Trabalhamos com os clubes para manter o nosso futebol amigável e desfrutável”. O porta-voz acrescentou: “O discurso de ódio não tem lugar na La Liga e trabalhamos sempre com os clubes e as autoridades para identificar e levar à justiça qualquer caso destes”.
A dança que Vinícius faz após marcar golo foi o mote para toda a polémica. O agente Pedro Bravo afirmou, numa conversa sobre o brasileiro, decorrida na televisão espanhola: “Em Espanha, tens de respeitar os rivais e parar de jogar ao ‘ao macaco’”. Entretanto, Bravo já pediu desculpa pelas palavras.
Sobre a sua dança, Vinícius desvalorizou e deu outros exemplos de jogadores que celebram ou celebravam os golos dessa forma: “A dança não é só minha. Pertence a Ronaldinho, Neymar, [Lucas] Paquetá, [Antoine] Griezmann, João Félix, Matheus Cunha... (…) São danças para celebrar a diversidade cultural à volta do mundo”.
“Dizem que a felicidade incomoda. A felicidade de um brasileiro negro a ser bem-sucedido na Europa incomoda muito mais. Mas a minha vontade de vencer, o meu sorriso e o brilho são muito maiores do que isso”, disse o futebolista de 22 anos.
Várias estrelas do futebol brasileiro vieram solidarizar-se com Vinícius nas redes sociais, incluindo Pelé e Neymar. O Real Madrid emitiu também um comunicado em que condena os comentários de Pedro Bravo, feitos na sexta-feira.
No golo da vitória do Real (2-1) no Wanda Metropolitano, marcado pelo compatriota Rodrygo, Vinícius voltou a dançar. Sem medo e com alegria.