Enquanto o Liverpool passava por cima do Bournemouth, no Estádio Anfield, o Manchester City confirmava a lengalenga de ter muitos problemas com o Crystal Palace de Patrick Vieira. Aos 21’, o Palace já vencia por 2-0, depois de duas bolas paradas: John Stones marcou na própria baliza e Joachim Andersen, o tal defesa que conseguiu provocar Darwin Núñez até à expulsão, fez o segundo da tarde.
O City estava precipitado, procurava demasiado o espaço em vez das botas dos que vestem farda com a cor do céu. Riyad Mahrez ia sendo solicitado com passes longos, mas não havia aquele viajar juntos típico dos cityzens, via-se pouco peso na frente, um cenário porventura motivado pela fome de Erling Haaland procurar quase sempre a urgente profundidade e a vertigem.
Do outro lado, Jordan Ayew, Cheick Doucouré e principalmente Eberechi Eze iam abanando, a espaços, a estrutura defensiva do City. Mas o que é certo é que os visitantes não criaram uma finalização perigosa para além das bolas paradas que resultaram nos dois golos.

Robbie Jay Barratt - AMA
Sem grandes problemas criados, pior ainda quando Kyle Walker joga quase como médio, o City encontrou-se quando a bola encontrou os pés de Bernardo Silva, oferecendo aos adeptos uma segunda parte completamente diferente da primeira, desinspirada. O português fez o 1-2 e depois esteve nas jogadas que culminaram nos dois primeiros golos de Haaland, um de cabeça e outro empurrando para a baliza deserta, após remate tosco de Stones.
Antes da reviravolta, Pep Guardiola já colocara em campo Ilkay Gundogan e Julián Álvarez, o argentino que sabe marcar golos mas que também é mais refinado na hora de combinar com os colegas. A 10 minutos do fim, Gundogan encontrou Haaland, que, evitando o desarme de Ward com o corpo, recebeu, meteu a bola onde quis e bateu para a baliza, 4-2. É o primeiro hat-trick do noruguês nascido em Leeds, que chega aos seis golos em quatro jornadas da Premier League e que mostra que a sua valência é e será esta, diluíndo-se a discussão à volta da sua participação no jogo da equipa de Guardiola.
Já o Liverpool, que procurava reagir a um arranque de campeonato anormal, já vencia o Bournemouth por 4-0 aos 31’. Marcaram Luis Díaz, Harvey Elliot, Trent Alexander-Arnold e Roberto Firmino, que assistiu os outros três golos e que vai gozando a ausência de Darwin, suspenso, para lembrar a Jürgen Klopp que é um grandíssimo futebolista.

Andrew Powell
O 5-0 chegou por Virgil van Dijk, depois de passe de Andy Robertson, o canhoto escocês. Todos estes golos aconteceram antes do apito do árbitro a indicar o descanso. Anfield respirava de alívio e suspirava, quem sabe, de saudades por estes jogos em que o coração batuca aceleradamente.
A tarde desastrosa do Bournemouth, treinado por Scott Parker, continuou. Chris Mepham marcou o 6-0 na própria e Roberto Firmino meteu o segundo da tarde, quando ainda faltava meia hora para o fim. Foi o tempo suficiente para o português Fábio Carvalho, com assistência de Tsimikas, estrear-se a marcar pelos reds. O 9-0 chegou por Luis Díaz, com mais uma assistência do canhoto Tsimikas.
Estes 90 minutos talvez ajudem a aliviar o espírito e a elevar o nível do Liverpool, que perdeu Thiago Alcântara por lesão, por umas semanas, o que levou Klopp a admitir recorrer ao mercado para suprir essa vaga.
Na próxima jornada, City e Liverpool jogam quarta-feira contra Nottingham Forest e Newcastle. Já o Chelsea, que também venceu esta tarde o Leicester (2-1), com um golaço de Raheem Sterling, vai defrontar Southampton, na terça-feira.