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Afinal o Manchester City também sabe vender jogadores (e atingiu o valor mais alto desde que Abu Dhabi United Group chegou a Manchester)

Desde a temporada 2009/10, o Manchester City fez praticamente 600 milhões de euros em vendas de futebolistas, com destaque para as épocas 2015/16 (73 milhões), 2017/18 (98m), 2019/20 (74m) e 2020/21 (82m). Este verão, os cofres dos cityzens brilharam de outra maneira com as saídas de Sterling, Gabriel Jesus e Zinchenko

Expresso

Sebastian Frej/MB Media

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Pouco depois do Abu Dhabi United Group, detido pelo Sheikh Mansour, comprar o Manchester City a um ex-primeiro-ministro tailandês, em setembro de 2008, os novos dirigentes garantiram a contratação de Robinho, um virtuoso mago da pedalada que jogava no Real Madrid. Mais tarde, o futebolista terá admitido que pensava que ia jogar no United, pois não sabia que havia outro clube em Manchester, mas assim começou a fábula das contratações dos cityzens, uma narrativa que mais parece eterna.

No verão passado, a fatura revelava qualquer coisa como 1500 milhões em 70 jogadores. Nigel de Jong, Craig Bellamy, Wayne Bridge, Shay Given, Vicent Kompany, Pablo Zabaleta, Carlos Tévez, Emmanuel Adebayor, Joleon Lescott, Roque Santa Cruz, Kolo Touré, Sylvinho, Adam Johnson, Yaya Touré, David Silva, Mario Balotelli, Alexsandar Kolarov, Edin Dzeko, Sergio Agüero, Jack Rodwell, Fernandinho e Stefan Jovetic são só alguns exemplos, mais mediáticos ou menos. A lista é longa como os edifícios mais longos do mundo.

Este ano, já se sabe, juntaram-se mais alguns: Erling Haaland, por 60 milhões de euros, Kalvin Phillips, por quase 49 milhões, e recentemente o ex-Anderlecht Sergio Gómez, por 13 milhões. Ou seja, cerca de 122 milhões de euros.

A novidade deste verão é que o City aproveitou para refrescar o plantel vendendo futebolistas ainda num momento importante da carreira, com as qualidades e ambições intactas. O clube com os bolsos infinitos regista mesmo o recorde de vendas desde que foi adquirido pelo Abu Dhabi United Group, na primeira segunda-feira de setembro de 2008, conta o “The Athletic”.

Barrington Coombs - EMPICS

Raheem Sterling e Gabriel Jesus saíram para os rivais Chelsea e Arsenal por uma verba a rondar os 110 milhões de euros. Os gunners, orientados por Mikel Arteta, antigo adjunto de Guardiola, contrataram também Oleksandr Zinchenko, por 38 milhões de euros.

Estas foram as vendas mais famosas, mas deram-se também transações a um nível mais anónimo ou indetectável para os radares do mainstream, com exceção para Pedro Porro, logicamente, pois o Sporting ativou a opção de compra, por qualquer coisa como 8,5 milhões de euros. Mas a lista continua: Gavin Bazunu e Romeo Lavia para o Southampton por 18 e 17 milhões; Darko Gyabi para o Leeds United por 6 milhões; Ko Itakura para o Borussia Dortmund também por 6 milhões; e, finalmente, Arijanet Muric para o Burnley por quase 4 milhões de euros. Bernardo Silva poderá ser a próxima venda: o português é desejado em Barcelona.

Ou seja, contas feitas, o Manchester City recebeu este verão perto de 200 milhões de euros, o que é um recorde desde que os donos do clube assinaram aquele contrato de aquisição em 2008. O anterior recorde remontava à temporada 2017/18, quando os cityzens acumularam em vendas perto de 98 milhões de euros.

Guardiola admitiu recentemente que esta tendência é positiva para o clube. “Em parte, estou um bocado triste porque estes jogadores importantes saíram, mas é um negócio, é bom para o clube. Para a imagem do clube, é sempre compramos, compramos, compramos, [mas] também vendemos sempre”, alertou. “Nós vendemos jogadores importantes por muito, muito dinheiro. Para o clube é bom.”

De acordo com as contas do “The Athletic”, desde a temporada 2009/10, o City fez praticamente 600 milhões de euros em vendas de futebolistas, com destaque para as épocas 2015/16 (73 milhões), 2017/18 (98m), 2019/20 (74m) e 2020/21 (82m). Nesta última, as saídas de Leroy Sané (60m), para o Bayern Munique, e Nicolás Otamendi (15m), para o Benfica, foram determinantes.