O recheio das quatros linhas que contornam o relvado é feito de decisões em catadupa. As mais escrutinadas, normalmente, tratam-se daquelas que são tomadas por quem está em jogo com um apito. Quando começou o percurso na arbitragem, o instinto de Tânia Patrão levava-a a preocupar-se com os jogadores que, eventualmente, ficavam estendidos no chão com dores. “Às vezes, tinha o instinto de ir ajudar, mas atualmente percebo que a minha função é ser árbitra”, admite. “A nível distrital, muitas vezes, a pessoa que presta auxílio não tem qualquer formação em saúde. Via-as fazer coisas que... é pôr o spray milagroso e pronto...”, continua. Só num cenário “grave”, em que “vai fazer a diferença”, é que ajudará no socorro. Numa “situação de contacto normal”, continuará, tal como sempre tem feito, a deixar o auxílio para quem dele é responsável no decorrer do encontro.
Além de árbitra, Tânia Patrão é médica no Hospital de Braga. Queria também aprender mais línguas e aperfeiçoar ainda mais os dotes no ténis. Queria passar mais tempo com o namorado, família e amigos. “Mantenho sempre contacto com eles e faço questão, mas claro que não consigo despender a mesma quantidade de tempo que uma pessoa que tenha um emprego de 40 horas semanais e os fins de semana livres. Para um árbitro, não há fins de semana.”
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