Exclusivo

Futebol feminino

A Dr.ª Tânia Patrão, além de ser médica, também apita: “É muito mais provável um árbitro chegar à Liga dos Campeões do que um jogador”

A Dr.ª Tânia Patrão, além de ser médica, também apita: “É muito mais provável um árbitro chegar à Liga dos Campeões do que um jogador”
RUI DUARTE SILVA

Um primo convidou os rapazes da família a experimentarem a arbitragem. Tânia Patrão, que não era o alvo da sugestão, acabou por aceitá-la. Desde o 9.º ano de escolaridade que se dedica a apitar jogos. No dia anterior ao primeiro, nem conseguiu dormir. Hoje, mais experiente, arbitra na principal divisão do futebol feminino português, atividade que concilia com a medicina. Até ser possível, as leis da vida e as leis do jogo andarão lado a lado

O recheio das quatros linhas que contornam o relvado é feito de decisões em catadupa. As mais escrutinadas, normalmente, tratam-se daquelas que são tomadas por quem está em jogo com um apito. Quando começou o percurso na arbitragem, o instinto de Tânia Patrão levava-a a preocupar-se com os jogadores que, eventualmente, ficavam estendidos no chão com dores. “Às vezes, tinha o instinto de ir ajudar, mas atualmente percebo que a minha função é ser árbitra”, admite. “A nível distrital, muitas vezes, a pessoa que presta auxílio não tem qualquer formação em saúde. Via-as fazer coisas que... é pôr o spray milagroso e pronto...”, continua. Só num cenário “grave”, em que “vai fazer a diferença”, é que ajudará no socorro. Numa “situação de contacto normal”, continuará, tal como sempre tem feito, a deixar o auxílio para quem dele é responsável no decorrer do encontro.

Além de árbitra, Tânia Patrão é médica no Hospital de Braga. Queria também aprender mais línguas e aperfeiçoar ainda mais os dotes no ténis. Queria passar mais tempo com o namorado, família e amigos. “Mantenho sempre contacto com eles e faço questão, mas claro que não consigo despender a mesma quantidade de tempo que uma pessoa que tenha um emprego de 40 horas semanais e os fins de semana livres. Para um árbitro, não há fins de semana.”

Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para continuar a ler

Tem alguma questão? Envie um email ao jornalista: fsmartins@expresso.impresa.pt