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Futebol feminino

FIFA está mais esperançosa em que se pague “o dinheiro certo” pelos jogos do Mundial feminino. Em Portugal, RTP está “em conversações”

Gianni Infantino voltou a falar acerca dos direitos de transmissão do próximo Mundial de futebol feminino, que arranca a 20 de julho, dizendo que a entidade “só quer que o jogo seja respeitado”. Em Portugal, o canal público de televisão admitiu à Tribuna Expresso que está a negociar com a FIFA

Diogo Pombo e Lusa

Harold Cunningham - FIFA

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O presidente da FIFA, Gianni Infantino, mostrou-se mais otimista sobre as negociações com as principais emissoras televisivas europeias pelos direitos de transmissão do Mundial feminino de futebol, competição na qual participará a seleção portuguesa.

“Algumas discussões ocorreram, ou começaram, devo dizer, a um nível um pouco diferente”, disse Infantino. “Então as coisas estão em andamento”, acrescentou o dirigente. Apesar de já anteriormente o líder da entidade ter criticado os canais dos países das principais ligas europeias, um desses casos deverá ser o de Portugal.

Fonte oficial da RTP garantiu à Tribuna Expresso que o canal público está “em conversações” com a entidade que rege o futebol mundial acerca dos direitos televisivos do Campeonato do Mundo, que arranca a 20 de julho e terá a seleção nacional num grupo com EUA, Países Baixos e Vietname. E nada mais quis revelar.

Infantino falava na quarta-feira à noite, em Los Angeles, durante uma cerimónia de inauguração do logótipo e da marca do Mundial masculino de futebol de 2026, que será realizado em 16 cidades nos EUA, México e Canadá.

O líder da FIFA disse estar determinado em conseguir mais dinheiro das maiores emissoras dos países com as ligas de futebol mais competitivas – Espanha, França, Inglaterra, Itália e Alemanha – porque afirma que isso beneficiará todo o futebol feminino.

“Acho importante entender aqui de onde viemos”, disse Infantino.

“Estamos a investir no futebol feminino. Estamos aqui agora na América do Norte, nos Estados Unidos, o país de origem das campeãs mundiais, onde o futebol feminino tem um nível completamente diferente não só de aceitação, mas também de respeito”, sublinhou o dirigente.

“Só queremos que o jogo seja respeitado e que se pague o dinheiro certo por isso, porque o que for pago é reinvestido, não só a 100%, mas a 150%, no desenvolvimento do jogo feminino”, garantiu Infantino.

No início do mês, o presidente da FIFA tinha criticado o desinteresse das emissoras dos principais países europeus, classificando as propostas existentes como “dececionantes”.

“É nossa obrigação moral e legal não subestimar o Mundial feminino de futebol”, disse na altura Infantino, acrescentando: “Se as ofertas continuarem a não ser justas, seremos forçados a não transmitir a competição para os países europeus das ‘big five’ [as cinco principais ligas]”.

O presidente da FIFA lembrou então que o organismo que lidera aumentou para 143 milhões de euros os prémios e compensações da competição, triplicando o valor atribuído em 2019.

Infantino reconheceu que devido à diferença horária as transmissões na Europa dos jogos, que irão decorrer na Austrália e Nova Zelândia, podem não ter o melhor timing, mas considerou que isso “não pode servir como desculpa”.

“Transmitir jogos às 9h ou 10h da manhã na Europa já é razoável”, disse, acrescentando: “Para as emissoras pode ter menos sentido em termos económicos, porque as audiências estão lá”.

Caso não sejam alcançados acordos de transmissão, a FIFA está a estudar a possibilidade de transmitir online os jogos da competição, que decorrerá entre 20 de julho e 20 de agosto.

A seleção portuguesa, que se estreia em Mundiais, começará por defrontar os Países Baixos (23 de julho), depois o Vietname (27) e, no último jogo do grupo E, os Estados Unidos (01 de agosto).