A mente de Bernardo Silva provocou o encontro de Francisco Fardilha com Luís Campos. O novo diretor técnico do futebol feminino do Bayern Munique sentou-se com o então homem forte do Lille para debater a criatividade nas academias de futebol profissional, o tema do doutoramento do académico. Luís Campos acabou por levá-lo para França.
“Um dos estudos do doutoramento foi sobre a vida do Bernardo Silva, para mim um dos grandes exemplos da criatividade no futebol a nível mundial”, conta à Tribuna Expresso o novo dirigente do colosso germânico, convidado pela diretora-desportiva e vice-presidente da Associação Europeia de Clubes, Bianca Rech. “Entrevistei o Bernardo Silva, a mãe do Bernardo, os professores da escola, treinadores do Benfica, como Helena Costa, e também alguém do percurso profissional. E tive a felicidade de poder falar com o Luís Campos, acabámos por criar boa relação. É alguém por quem tenho não só admiração, como gratidão. Também é graças a ele, por me ter aberto as portas do futebol profissional, que tenho a oportunidade de estar no Bayern Munique.”
Francisco Fardilha, formado inicialmente em Jornalismo, tem 36 anos, deu aulas na universidade e conta com passagens no futebol profissional pelo Lille, onde Luís Campos queria aperfeiçoar a academia do clube e fomentar a chegada de jovens à equipa principal. E ainda pelo futebol feminino do Bordéus, um emblema que abandonou depois de a equipa masculina ter descido de divisão e os pressupostos do projeto terem mudado. Antes entregara-se ao futsal, mais exatamente à ARDACM, um clube da Maia. Foram talvez 17 ou 18 anos. Foi ali que um treinador, André Maia, lhe beliscou o gosto pelo treino. Foi treinador durante 13 anos, até enquanto estava a realizar o Erasmus, em Roma, quando se juntou a uma equipa. Mais tarde, durante o mestrado de Treino Desportivo em Stirling, na Escócia, obteve uma bolsa que previa treinar as equipas de futsal da universidade.