A fase de grupos do Euro 2022 chegou ao fim na passada segunda-feira e teve uma duração de 13 dias. Ao longo desse período, segundo informou a UEFA, foram denunciados 290 casos de abuso online às empresas responsáveis pelas redes sociais. Esta ação surge no seguimento de um projeto lançado no início da competição com o objetivo de “monitorizar, reportar e resolver” estes casos.
A maioria das publicações que foram denunciadas eram direcionadas à própria organização da prova, um total de 39%. Mas houve também situações em que as vítimas foram as jogadoras (19%), as seleções (20%) e os treinadores (17%). Os países que mais foram referenciados foram Inglaterra, Espanha, França e Itália.
O relatório da UEFA mostrou ainda que 70% das publicações assinaladas incluíam abusos generalizados, 20% apresentaram sexismo, os abusos racistas representaram 6% das publicações e 4% incluíam abusos homofóbicos.
Se por um lado estas publicações foram identificadas de forma a que o abuso online possa diminuir e não continue a ser o problema que tem sido nos últimos anos, também é importante realçar que das 290 publicações, apenas 55% foram removidas pelas empresas que gerem as redes sociais.
“É ótimo ver o projeto em ação e estou satisfeito por já podermos ver o impacto concreto que isto está a ter com base nos números da fase de grupos. As publicações estão a ser identificadas e removidas. Esperamos que isto dê às jogadoras, treinadores e árbitros a possibilidade de serem protegidos pela UEFA”, disse Michele Uva, diretor de futebol e responsabilidade social da UEFA, à “BBC”.
Em junho, um relatório da FIFA e do sindicato de jogadores Fifpro concluiu que 50% dos jogadores que participaram no Euro 2020 e na Taça das Nações Africanas deste ano receberam algum tipo de abuso online. A final do Euro 2020 ficou, aliás, marcada pelos comentários racistas que os jogadores ingleses que falharam os penáltis ouviram e leram.