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Futebol feminino

Jogadoras da seleção inglesa colocam a hipótese de não usar calções brancos devido à menstruação

Beth Mead, que marcou o único golo do jogo de abertura do Euro 2022, diz que “a cor branca não é prática naquela altura do mês”. As jogadoras inglesas colocam a hipótese de usar cores diferentes e já o disseram ao fabricante de equipamentos que veste a seleção das leoas

Expresso

Anadolu Agency/getty

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“A cor branca não é prática naquela altura do mês”, diz Beth Mead, uma das internacionais inglesas a disputar em casa o Europeu de futebol feminino. As jogadoras consideram deixar de usar calções brancos devido a eventuais constrangimentos por causa do período. De acordo com o “Telegraph”, a própria Nike, que veste as seleções inglesas da modalidade, já tem conhecimento da ideia das futebolistas.

Beth Mead, que marcou o único golo de Inglaterra frente à Áustria, no jogo que abriu o Europeu, em Manchester, confirmou que a equipa tem conversado sobre o tema, envolvendo na discussão o fabricante de equipamento desportivo: “Espero que eles mudem a cor. É muito bonito ter um kit todo branco mas, por vezes, não é prático, quando chega aquela altura do mês. Lidamos com isso o melhor que podemos”.

Mead acabou por ser questionada acerca da potencial cor para substituir o branco. “Sou bastante flexível, para ser franca. Desde que jogue pela minha nação, não me importo com o que uso”, disse a atleta do Arsenal. Já Georgia Stanway considera que não é assim tão fácil mudar para outra cor: “É difícil, porque associamos Inglaterra com branco. O equipamento de casa é inacreditável, fica mesmo bem. Penso que é algo de que temos de falar como grupo de raparigas”.

“Penso que no próximo ano haverá uma potencial alteração de cor. (…) Uma vez no relvado, mais nada importa. (…) Quando a adrenalina aparece, podes estar nua que ninguém se importa. É isso que acontece quando estás em campo, esqueces-te de tudo”, concluiu Stanway.

Não foi apenas no futebol que surgiu a questão dos equipamentos femininos brancos. Recentemente, em Wimbledon, discutiu-se o problema, no âmbito do código extremamente rigoroso do All England Club. Alicia Barnett, tenista britânica de pares, sugeriu que é altura de mudar: “Considero que algumas tradições podem ser alteradas. Sou uma grande defensora dos direitos das mulheres e penso que ter esta discussão é fantástico”.