Fórmula 1

GP Países Baixos: não há chuva molha-tolos ou a cântaros que pare Max Verstappen, que já vai em nove vitórias seguidas

GP Países Baixos: não há chuva molha-tolos ou a cântaros que pare Max Verstappen, que já vai em nove vitórias seguidas
ANP

Numa corrida que se estendeu por quase duas horas e meia, que esteve interrompida e em que caíram todos os tipos de chuva, apenas uma constante: Max Verstappen, indiferente aos caprichos meteorológicos, a garantir mais uma vitória no Mundial de Fórmula 1

Dentro de uma corrida de 72 voltas e uma hora e meia - mais coisa menos coisa - de duração, podem caber muitas corridas e o GP Países Baixos, junto à praia de Zandvoort, que só acabou duas horas e meia depois de começar, conta muitas histórias. Mas todas elas com o mesmo final: aconteça o que acontecer, esteja a pista seca, molhada ou prestes a tornar-se num rio, esteja o céu limpo ou escuro como breu, o vencedor é sempre Max Verstappen.

A correr em casa, junto ao ruidoso e colorido público neerlandês que o venera, o piloto da Red Bull picou mais um ponto no seu intratável passeio até ao tricampeonato, garantindo a 9.ª vitória consecutiva, que o coloca no mesmo grupo de Sebastian Vettel e Alberto Ascari como os únicos a atingirem tal marca. Tudo isto numa corrida marcada pelas inconstantes condições meteorológicas, que mudaram o figurino da prova logo à primeira volta e, já perto do final, obrigaram a uma interrupção por bandeira vermelha que durou mais de 40 minutos, depois da chuva inclemente provocar batida forte de Guanyu Zhou na primeira curva.

Nada entorpeceu ou atrapalhou Max Verstappen que momentos após o início da corrida viu o céu lacrimejar uma chuva pouco decidida. Houve quem ficasse em pista com os pneus slicks, houve quem parasse para colocar intermédios. Sergio Perez, no outro Red Bull, foi o primeiro a parar, Max só na volta seguinte o fez e com isso o mexicano subiu à liderança da corrida.

Verstappen só demorou até à volta 13 para voltar ao primeiro lugar, numa altura em que os pilotos começaram a descartar os pneus de chuva. A McLaren, que optou por não parar nem Norris, que partiu em 2.º, nem Piastri quando começou a chover, já tinha, por esta altura, a corrida mais ou menos estragada. A Mercedes não fez muito melhor por Lewis Hamilton e George Russell. Já Fernando Alonso, depois de uma partida gloriosa, em que subiu para terceiro, também foi rápido nas decisões de troca de pneus, cimentando uma possível posição de pódio.

Mark Thompson

Daí até às 10 voltas finais só o safety car que cruzou a pista após o despiste de Logan Sargent (Williams), à volta 16, poderia alterar o curso da corrida. Assim não aconteceu. Aconteceram sim os primeiros avisos de que as últimas voltas poderiam ser fustigadas por chuva, primeiro leve, depois os radares apareciam carregadíssimos, com sugestões de que o mundo poderia desabar na cabeça dos pilotos.

E assim foi. À volta 62 já ninguém esperou para ver: toda a gente trocou para pneus intermédios, tirando Esteban Ocon (Alpine), o único a colocar full wets. O francês queixou-se à equipa da decisão, mas eram eles os certos. A chuva começou a cair forte, desgovernada, com muitos pilotos a saírem de pista. O acidente de Zhou, que enfaixou o Alfa Romeo nas barreiras de proteção, precipitou uma decisão que, provavelmente, seria tomada mais minuto, menos minuto. As bandeiras vermelhas saíram depregadas e quando se retomou a corrida ainda houve tempo para uma penalização a Sergio Perez atirar o mexicano para fora do pódio. Aproveitou Pierre Gasly, a conseguir o seu primeiro pódio desde que chegou à Alpine, equipa que, com tantos casos e lutas internas, já vai com dois pódios esta temporada.

Em 2.º lugar ficou Fernando Alonso (Aston Martin), que ainda esboçou um possível ataque a Verstappen no retomar da corrida, mas logo desistiu: qualquer que seja a condição da pista, o neerlandês controla.

Pelo contrário, mais uma corrida de desilusão para Charles Leclerc, que entre um toque logo na primeira volta que lhe comprometeu o carro e os já habituais erros da Ferrari nas boxes, acabou por abandonar. É o terceiro abandono para o monegasco esta temporada.

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