Ver Max Verstappen partir de 15.º da grelha não quer necessariamente dizer que o neerlandês está fora da luta. Em 2022, venceu em Spa saindo de 14.º e num circuito rápido e atreito a acidentes como é o de Jidá, as portas abriam-se a mais uma recuperação histórica. E ela aconteceu, com ajuda pelo meio. Mas desta vez não deu para ganhar. Porque lá à frente, outro Red Bull não se atemorizou com o domínio absoluto do bicampeão mundial.
Sergio Pérez, é dele que falamos, diga-se, nem começou bem a corrida, perdendo o primeiro lugar na largada para Fernando Alonso. Mas ainda antes do espanhol cumprir a penalização de 5 segundos por estar mal colocado no arranque, já o mexicano havia recuperado a liderança que não mais deixaria e que apenas foi ameaçada por um safety car demorado em demasia, que beneficiou a recuperação de Verstappen.
Com um galgar de posições mais lento face a Spa, só com a desistência de Lance Stroll (Aston Martin) e a chamada do safety car o campeão em título entrou verdadeiramente na luta pela vitória, conseguindo uma paragem nas boxes “à borla”. Por seu turno, a Ferrari, a quem tudo parece acontecer, ficou irremediavelmente para trás, entre o timing da ida às boxes e a simples falta de ritmo, até para os Mercedes.
À volta 25, precisamente a meio da corrida, Verstappen ultrapassou Alonso e colocou-se no 2.º posto, com Pérez a pouco mais de 5 segundos. Mas a cavalgada para chegar à liderança acabou por não acontecer, mérito também do piloto de Guadalajara, a fazer tempos sempre em linha com o colega de equipa, que nunca conseguiu aproximar-se, nem mesmo quando a Red Bull permitiu que ambos os pilotos puxassem e lutassem pela vitória.
No final, Max Verstappen roubou ao colega apenas a volta mais rápida, o que lhe permite continuar a ser líder o Mundial, mas o triunfo foi mesmo para Sergio Pérez, o 5.º da carreira, numa história de amor com circuitos citadinos que continua bem forte - das cinco vitórias, quatro são em traçados urbanos: Azerbaijão, Mónaco, Singapura e agora Jidá.
O terceiro a cruzar a meta, tal como há duas semanas, para Fernando Alonso (Aston Martin), o que seria o pódio 100 da carreira do espanhol, que no final foi penalizado em 10 segundos e acabou por perder o lugar para George Russell. A corrida foi desta vez talvez mais agridoce para Alonso do que a do Bahrain, não só pena penalização, mas também porque nunca teve andamento para andar sequer perto dos Red Bull, que continuam alegremente a dominar a temporada, sem perspectivas que algo mude durante a temporada. Lewis Hamilton foi 5.º, com a Ferrari mais uma vez a desiludir: Sainz foi 6.º e Leclerc 7.º.
Daqui a duas semanas há GP Austrália, em Melbourne.
*Ao final do dia, a FIA deu razão ao protesto da Aston Martin e confirmou o 3.º lugar de Fernando Alonso, que consegue assim o 100.º pódio da sua carreira na Fórmula 1