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Fórmula 1

E na penúltima corrida, chega a primeira vitória da Mercedes em 2022. E a estreia de Russell

Piloto britânico de 23 anos dominou o GP São Paulo, garantindo pelo menos um triunfo à Mercedes num 2022 marcado pelos maus resultados e um W13 que só agora parece funcionar. Lewis Hamilton foi segundo, dando a dobradinha à escuderia alemã. Pela negativa, a Red Bull: sem ritmo, com os dois pilotos de costas voltadas

Lídia Paralta Gomes

Mark Thompson

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Os sinais já haviam sido dados em corridas anteriores e o sprint de sábado apenas o confirmou: o W13, projeto falhado da Mercedes, começava inesperadamente a funcionar, depois de tantos avanços e recuos. E este domingo, na corrida principal do GP São Paulo, nem se pode falar das já habituais confusões de Interlagos como factor decisivo. A Mercedes ganhou e ganhou porque teve no Brasil o melhor e mais consistente carro da grelha. Foi preciso chegar à penúltima prova de 2022, mas a vitória, finalmente, apareceu. Afinal, talvez o W13 não seja para deitar ao lixo.

A primeira vitória de 2022 para a Mercedes foi também a primeira na carreira para George Russell, o jovem britânico de 23 anos, que tantos dizem ser world champion material, mas que parecia ter chegado à equipa no seu pior momento. Talvez no próximo ano a história seja diferente. Depois de vencer a corrida de sprint, Russell partiu na frente para a corrida deste domingo e nunca foi verdadeiramente incomodado. É possível que Lewis Hamilton, seu colega, pudesse ter tentado algo mais caso não se tivesse envolvido numa confusão em pista com Max Verstappen - fazendo-nos recuar até a 2021 - que obrigou o heptacampeão mundial a recuperar posições na primeira parte da corrida. Mas o mais novo dos britânicos fez uma corrida sem erros, longe das bagunças, sempre atento nos vários recomeços após safety car.

O lugar mais baixo do pódio foi para Carlos Sainz (Ferrari), seguido pelo colega Charles Leclerc, outro obrigado a fazer uma corrida de trás para a frente depois de um toque de Lando Norris ainda nas primeiras voltas.

E se Mercedes e Ferrari ditaram o ritmo, pelo lado negativo tivemos a Red Bull. A equipa campeã do mundo nunca se encontrou em Interlagos e confirmou as más impressões deixadas na corrida de sprint. Más impressões que não foram apenas de performance, mas também de ambiente nas garagens.

Já na reta final da corrida, Max Verstappen, que nas primeiras voltas se viu atirado para os últimos lugares depois de embater em Hamilton, foi autorizado a ultrapassar Sergio Pérez, numa derradeira tentativa de apanhar Leclerc no 4.º lugar. Quando se percebeu que tal seria impossível, a equipa pediu que o neerlandês cedesse novamente o 6.º lugar ao mexicano, que ainda luta pelo 2.º posto no Mundial. O já campeão ignorou olimpicamente o pedido, sublinhando no rádio da equipa que tinha “as suas razões” para não ajudar o colega. Pérez respondeu a Max nas entrevistas rápidas após a bandeira de xadrez, lembrando que se Verstappen é bicampeão do mundo, também é a ele que se deve.

Apesar de Helmut Marko, homem forte da Red Bull Racing, se ter apressado a assegurar que a escuderia vai fazer de tudo para apoiar Pérez no último GP da temporada, daqui a uma semana em Abu Dhabi, este é um daqueles episódios capazes de destruir para sempre a harmonia de uma equipa. Depois da penalização e das multas que chegaram a Milton Keynes por ultrapassar o orçamento de 2021, este é mais um problema para gerir na Red Bull em 2023.