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Chelsea vendido na segunda-feira, Abramovich deixa nota de despedida

Chelsea vendido na segunda-feira, Abramovich deixa nota de despedida
Catherine Ivill/Getty

Novos donos americanos tomam posse do Chelsea na segunda-feira. Russo Abramovich acredita que deixou uma "herança" e diz-se "orgulhoso" por "milhões de pessoas" poderem vir a "beneficiar da nova fundação de caridade que foi criada"

Chelsea vendido na segunda-feira, Abramovich deixa nota de despedida

Diogo Cavaleiro

Jornalista

Depois da autorização dada por Portugal, o Chelsea já está em condições de ser vendido e a data deverá mesmo ser a próxima segunda-feira, de acordo com o próprio clube. Roman Abramovich vai deixar a estrutura acionista e até escreveu já uma nota de despedida.

“O Chelsea Footbal Club pode confirmar que foi alcançado, na noite passada, um acordo final e definitivo para vender o clube ao consórcio Todd Boehly/Clearlake Capital. Espera-se que a transação fique concluída na segunda-feira”, indica uma nota deixada no site, prometendo atualizações para esse dia. A compra pelo milionário americano será por 4,25 mil milhões de dólares (4,9 mil milhões de euros).

A operação pôde avançar depois de o Governo português (dada a nacionalidade atribuída a Abramovich) ter concedido autorização para a operação. “A autorização portuguesa decorre da garantia dada pelas autoridades britânicas de que as receitas da venda serão utilizadas para fins humanitários, não beneficiando direta ou indiretamente o proprietário do clube, que consta da lista de sanções da União Europeia”, anunciou o Ministério dos Negócios Estrangeiros na sexta-feira. Já antes o Governo britânico tinha dado a autorização, bem como a liga inglesa.

Uma “herança”

Além da nota do clube, também Abramovich deixou uma despedida aos adeptos do clube de londres, fundado em 1905 e desde 2003 na posse do magnata russo. “A propriedade deste clube vem com grande responsabilidade”, é o aviso que deixa aos americanos que vão ser os líderes da nova fase do clube.

“O meu objetivo tem sido o de assegurar que o próximo dono tenha uma mentalidade que permita o sucesso das equipas masculina e feminina, bem como a vontade e a capacidade para continuar a desenvolver outros aspetos do clube, tais como a academia e o trabalho vital da Fundação Chelsea”, escreve Abramovich na nota, em que deseja o “maior dos sucessos” ao consórcio comprador, “dentro e fora do campo”.

“Estou orgulhoso que, em resultado dos nossos sucessos conjuntos, milhões de pessoas venham a beneficiar da nova fundação de caridade que foi criada. É uma herança que criámos em conjunto”, continua, terminando com um “obrigado”.

Devido às sanções internacionais impostas à Rússia como respostas à invasão da Ucrânia, Roman Abramovich, incluído nessas listas por ter “laços estreitos” com o regime de Vladimir Putin, começou a promover a venda do Chelsea — estava em curso antes de Abramovich integrar essa lista, mas já se antecipava que poderia vir a acontecer. As receitas da alienação vão para fins de caridade, até que, por estar sancionado, não poderia receber o dinheiro.

O Chelsea estava limitado na sua atuação, sendo que a autorização de que beneficiava ia só até 31 de maio. A transação concretiza-se um dia antes, segundo a expectativa do clube cuja equipa principal é treinada por Thomas Tuchel.

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