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“O meu tio estava à frente do seu tempo": uma conversa com a sobrinha de Justin Fashanu, o primeiro futebolista a assumir que era gay

Amal Fashanu, fundadora da Fundação Justin Fashanu, tem dedicado a última década a defender a memória e a injustiça que o tio sofreu enquanto futebolista e homem. Por estes dias, a artista diz estar feliz pelo que representa para a sociedade Jake Daniels, um jovem do Blackpool, ter assumido a sua homossexualidade: "Estou orgulhosa dele, adorava dizer-lhe obrigado em nome de muitos outros jogadores e de muitas pessoas"

Hugo Tavares da Silva

Getty Images

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A mente exibia a desenvoltura dos pés e do corpo que estremecia com a música. Talvez tenha chegado antes do tempo. Talvez não, talvez tenha servido como fogo para iluminar e fazer arder um pedaço da sociedade. Justin Fashanu, o primeiro futebolista profissional a assumir a homossexualidade, até começou por dar nas vistas no boxe, mas foi mesmo no futebol que se encontrou definitivamente e, para o bem e para o mal, se tornou alguém realmente relevante.

A história de vida de Justin Fashanu é mais irregular e improvável do que os relvados de futebol ingleses de tempos idos. As boas exibições enfiado na camisola do Norwich colocaram-no no radar de alguns clubes importantes, algo que se tornou inevitável depois do golo magistral e poderoso ao Liverpool, num relvado onde o diabo não ousaria pisar, em fevereiro de 1980. Pouco depois, o jogador mudou-se para o Nottingham Forest de Brian Clough, que conquistara recentemente duas Taças dos Campeões Europeus. O avançado, que ainda seria campeão da Europa de sub-21 pela Inglaterra, custou um milhão de libras, um valor recorde de transferência de um futebolista negro.

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