Em 1990, Justin Fashanu tornou-se o primeiro futebolista dos principais escalões a assumir publicamente a homossexualidade. Tinha 29 anos e na altura enfrentou muitos preconceitos. “A sua carreira no Nottingham Forest acabou porque ele era gay. Ninguém o contrataria se soubesse que ele era gay“, ouve-se num documentário sobre a sua vida. Os últimos anos da carreira foram tão atribulados quanto os últimos de vida. Depois de um jovem de 17 anos o ter acusado de abusos sexuais, o jogador foi encontrado morto em sua casa. Estávamos em 1998 e Fashanu tinha 37 anos.
“Queria dizer que não agredi sexualmente o jovem. Ele teve sexo consensual comigo e, no dia seguinte, pediu-me dinheiro. Porque fugi? Bom, a Justiça nem sempre é justa. Senti que não teria um julgamento justo por conta da minha homossexualidade“, lê-se na carta que deixou, que confirmou o suicídio.
Nas três décadas seguintes, Fashanu continuou a ser o único jogador de futebol masculino a revelar a sua sexualidade enquanto jogava profissionalmente nos escalões superiores. Ainda que, já fora do campo, existam mais exemplos. Como o antigo internacional alemão Thomas Hitzlsperger, que abandonou os relvados em setembro de 2013 e assumiu ser homossexual poucos meses depois. Mas se os últimos tempos forem indicadores de algo, é que a mudança está aí.
Em outubro do ano passado, o australiano de 22 anos Josh Cavallo, jogador do Adelaide United, publicou um vídeo nas redes sociais do clube onde apresentou a sua verdade ao mundo: “Olá a todos. Sou o Josh Cavallo e estou em casa, em Adelaide. Há algo pessoal que preciso partilhar com todos. Sou jogador de futebol e sou homossexual”.