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É nas áreas que se decidem os jogos, mas é o meio-campo que dá as condições com que a bola lá chega. E assim chegamos aos médios do Benfica

É nas áreas que se decidem os jogos, mas é o meio-campo que dá as condições com que a bola lá chega. E assim chegamos aos médios do Benfica
PATRICIA DE MELO MOREIRA/Getty

No meio-campo, para onde o crescimento do futebol levou o cérebro do jogo, solicitam-se jogadores inteligentes, constata Blessing Lumueno, que resumiu a evolução da bola para embarcar numa explicação de como o Benfica (que joga em Liverpool, para a Liga dos Campeões, esta quarta-feira) teria a ganhar se os três mais distintos intelectualmente — Weigl, João Mário e Taarabt —, que percebem o que outros apenas veem, tivessem presença conjunta e funcional na equipa. Para isso, escreve o treinador, seria necessário que se jogasse em função deles da mesma forma que eles jogam em função uns dos outros

É nas áreas que se decidem os jogos, mas é o meio-campo que dá as condições com que a bola lá chega. E assim chegamos aos médios do Benfica

Blessing Lumueno

Treinador de futebol

O futebol é um sítio estranho. Joga-se num campo de dimensão assinalável, tem onze jogadores de cada lado a disputarem a conquista de uma bola com o objetivo de a colocar dentro de uma baliza. Sabe-se também que dois deles podem jogar com as mãos dentro das áreas e são eles a última barreira que tenta impedir o adversário de concretizar o objetivo do jogo.

No início ficava um atrás, e todos os outros próximos da baliza do adversário. O foco era colocar o mais rapidamente possível a bola em zonas próximas da baliza do rival e, pensando-se lá, havia uma grande concentração de jogadores e confiava-se na capacidade destes para ganhar essa bola, ou, não ganhando, para ficarem com o ressalto e tentarem assim atacar a baliza. Ainda antes da regra do fora de jogo, alguns começaram a perceber que não compensava ter tantos na frente porque a bola era disputada num espaço de cada vez, e que não era por ter a frente de ataque toda preenchida, ou mesmo o espaço central, que se garantia maior probabilidade de ganhar a bola, ou de ficar com os ressaltos. Percebeu-se que ter mais jogadores da equipa concentrados num espaço levava mais adversários a concentrarem-se nesse mesmo espaço e, com isso, congestionava-se uma zona sem grande tempo de ação para o portador da bola.

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