Expresso

Simão Sabrosa lembra aos ingleses o confronto entre Liverpool e Benfica que os encarnados venceram: “2006 pode ser repetido”

Simão Sabrosa lembra aos ingleses o confronto entre Liverpool e Benfica que os encarnados venceram: “2006 pode ser repetido”
Alex Livesey/Getty

Simão marcou um grande golo que apanhou de surpresa Merseyside, os jogadores do Liverpool e os próprios benfiquistas, que não esperavam passar a eliminatória com um triunfo por 3-0 no agregado. Foram duas exibições de sonho, na Luz e em Anfield, em 2006, e Sabrosa faz questão de as lembrar à imprensa inglesa: “O Benfica jogou para ganhar, o Liverpool não”

Em 2006, Simão Sabrosa marcou um grande golo, surpreendeu adeptos e jogadores do Liverpool e, admita-se, muitos benfiquistas que não acreditavam na vitória do Benfica em casa do Liverpool na Liga dos Campeões. Apesar de esses serem outros reds, muito antes da chegada de Klopp para arrumar a casa e ajudar o histórico a voltar à elite do futebol mundial, a verdade é que era deles o troféu da Liga dos Campeões, conquistado na época anterior, sob a batuta de Rafa Benitez. Poucos acreditariam que o também histórico Benfica, treinado por Ronald Koeman, forçado a olhar mais de meio século para trás para encontrar o último troféu europeu, estaria à altura do clube inglês.

Passaram 16 anos e a estrela do jogo, Simão Sabrosa, entrevistado pelo “The Guardian”, ainda recorda o brilharete. O antigo capitão veste agora um fato formal e desempenha um cargo executivo no clube presidido por Rui Costa. Ainda assim, Simão admite que gostava de ir ao relvado de Anfield repetir o livre que levou os benfiquistas ao delírio. “Se eu pisar a relva, vou tentar fazer o mesmo movimento. Vou levar uma bola e talvez não marque, desta vez”, diz o agora responsável pelas relações internacionais do Benfica.

O reencontro entre vermelhos está próximo. A primeira mão dos quartos de final da Liga das Campeões acontece na terça-feira, na Luz. O próprio “The Guardian” admite que “o Benfica é mais uma vez um ‘outsider’”, mas lembra que as águias querem criar uma nova atmosfera “explosiva”, como em 2006.

“Eu lembro-me de tudo”, diz Simão Sabrosa agora sobre a primeira mão, que o Benfica venceu por 1-0. “A atmosfera era brilhante, graças aos adeptos do Liverpool. Eles eram os detentores da Liga dos Campeões. (…) Quando vi que o Steven Gerrard não ia jogar, fiquei feliz, porque ele era o melhor jogador deles, um dos melhores da Europa. O Benfica jogou para ganhar, o Liverpool não”, refere Sabrosa.

O marcador do único golo do jogo na Luz foi alguém que ainda se senta no banco do Benfica, embora já não possa entrar em campo: Luísão. De cabeça, o mítico central dos encarnados marcou e levou a sua equipa em vantagem para a segunda mão, em Anfield. Aí sim, aos 36 minutos, Simão foi rei e marcou o golo que o próprio admite ser um dos seus preferidos na carreira. O italiano Fabrizio Miccoli acabaria por marcar o segundo para o Benfica, que eliminou o Liverpool com um improvável 3-0 nas duas mãos, levando os encarnados para os quartos de final.

“Nunca vou esquecer esse momento em Anfield. Depois do jogo, celebrámos e, depois de irmos para o balneário, voltámos para o campo para festejar com os nossos adeptos e também com os do Liverpool que ficaram para trás”, conta Simão, não esquecendo que tinha, então, uma proposta do clube inglês. “Eles [os dirigentes encarnados] disseram que era impossível, que eu não tinha permissão de viajar até Liverpool, por isso fiquei no Benfica”, diz o antigo futebolista, agora com 42 anos.

“Joguei em grandes equipas, estive seis anos no Benfica, o meu clube. Joguei em países diferentes, em clubes grandes. Infelizmente, nunca joguei na Premier League”, confessa o antigo capitão benfiquista. Nesse mesmo ano, em 2006, o Benfica acabaria por ser eliminado da prova mais importante do futebol europeu de clubes pela antiga equipa de Simão Sabrosa (e do treinador Ronald Koeman, na altura apenas como jogador), o Barcelona.

Regressando a 2022, Simão mostra-se otimista: “Eu sei que o Liverpool tem grandes jogadores, mas nós também os temos. Tudo é possível, como aconteceu frente ao Barcelona ou ao Ajax, esta época. Penso que 2006 pode ser repetido”.

Tem alguma questão? Envie um email ao jornalista: clubeexpresso@expresso.impresa.pt