Louis van Gaal é apenas o mais recente crítico do Campeonato do Mundo de Futebol no Catar, depois de vários grupos defensores dos direitos humanos, incluindo muitos elementos da comunidade LGBTQ+, se terem pronunciado contra a localização do próximo Mundial. O selecionador neerlandês, que já anunciou a sua saída do cargo após a competição, disse: “Já o mencionei em várias conferências de imprensa. Penso que é ridículo que o Campeonato do Mundo seja lá”.
Já em 2010, aquando do anúncio da FIFA, o Mundial do Catar foi muito criticado. Doze anos depois, o discurso não mudou e por várias razões. O país árabe é conhecido por dar condições desumanas aos trabalhadores estrangeiros, principalmente da construção civil — há pouco mais de um ano, o "The Guardian" revelou que terão morrido, pelo menos, 6.500 trabalhadores migrantes no país desde 2010, ano em que o Campeonato do Mundo foi atribuído ao Catar. Vários grupos ligados à defesa dos direitos humanos referem os operários que morreram para que os estádios e outros edifícios ligados ao Mundial fossem construídos.
Van Gaal considera que foi uma “decisão ridícula” por parte da FIFA, motivada por “interesses comerciais” do organismo que rege o futebol internacional. “Estaremos a jogar num país onde a FIFA diz querer desenvolver o futebol. Isso é ‘bullsh*t’, mas não interessa. Tem tudo a ver com dinheiro (…). Isso interessa à FIFA”, disse o antigo treinador do Barcelona e do Manchester United.
“Por que acham que eu não estou em nenhum comité da FIFA ou da UEFA, com a minha experiência? Porque sempre me opus a este tipo de organizações. Posso dizê-lo mais tarde, no Catar, mas isso não ajudará o mundo a livrar-se deste problema”, admite van Gaal.
O Mundial do Catar vai decorrer durante o inverno do hemisfério norte. Os Países Baixos têm a qualificação garantida e estarão no país árabe a 21 de novembro, data de início do torneio, que dura até 18 de dezembro.