Chelsea de Abramovich gastou 175,5 milhões de euros em compras a Benfica e FC Porto, mas torneira secou em 2014

Jornalista
A imagem fez parte do muito folclore em redor do Euro 2004. Durante as semanas em que o país — fazendo jus a um dos muitos anúncios de promoção da competição — foi um enorme campo relvado, Roman Abramovich atracou o seu iate perto de Lisboa. Qual predador esfomeado, o russo deslocou-se a Portugal com o objetivo de selar as contratações de várias das estrelas do campeonato, reforçando o Chelsea tendo em vista a época 2004/05, a segunda desde que, em 2003, havia adquirido o clube.
A pesca levou de Portugal para Londres o treinador José Mourinho, recém-sagrado campeão europeu, bem como Ricardo Carvalho, Paulo Ferreira e Tiago — além do neerlandês Arjen Robben e do checo Petr Cech, outras das estrelas que brilharam pelos novíssimos estádios de Portugal. Os 166,4 milhões de euros (dados do Transfermarkt) gastos pelo Chelsea naquela temporada, em que também chegou Didier Drogba a Stamford Bridge, juntaram-se aos 170 milhões investidos no ano anterior, dando o mote para duas décadas de fortíssimo investimento e iniciando épocas de íntima relação entre o mercado português e o novo rico do futebol mundial.
Na sequência da reação política e desportiva à invasão da Ucrânia por parte da Rússia, Roman Abramovich foi sancionado pelo governo britânico, vendo os seus ativos congelados já depois de ter anunciado a decisão de vender o Chelsea. Chegarão, assim, ao fim 19 anos de uma liderança que transformou a relação de poder no futebol internacional e, pelo meio, deu muito dinheiro a ganhar a clubes, jogadores, treinadores e agentes portugueses.
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