• Expresso
  • Tribuna
  • Blitz
  • Boa Cama Boa Mesa
  • Emprego
  • Expressinho
  • O Mirante
  • Exclusivos
  • Semanário
  • Subscrever newsletters
  • Últimas
  • Classificação
  • Calendário
  • Benfica
  • FC Porto
  • Sporting
  • Casa às Costas
  • Entrevistas
  • Opinião
  • Newsletter
  • Podcasts
  • Crónicas
  • Reportagens
  • Facebook
  • Twitter
  • Instagram
  • RSS
Tribuna ExpressoTribuna Expresso
  • Exclusivos
  • Semanário
Tribuna ExpressoTribuna Expresso
  • Últimas
  • Classificação
  • Calendário
  • Benfica
  • FC Porto
  • Sporting
  • Casa às Costas
  • Entrevistas
  • Opinião
  • Newsletter
  • Podcasts
Exclusivo

Bola de Berlim

Düsseldorf: Como o trauma da Segunda Guerra Mundial chegou à bola…e não só

Fritz Walter foi campeão mundial pela Alemanha em 1954, na final que ficou conhecida como o 'Milagre de Berna'. Só o futebol o salvou, anos antes, de não ser enviado para um campo de trabalho forçado russo.
Fritz Walter foi campeão mundial pela Alemanha em 1954, na final que ficou conhecida como o 'Milagre de Berna'. Só o futebol o salvou, anos antes, de não ser enviado para um campo de trabalho forçado russo.
ullstein bild Dtl.

Nem oito décadas apagaram os traumas provocados pela Segunda Guerra Mundial na Alemanha. A bandeira e o hino nacional ainda são vistos com desdém por muitos. Em Düsseldorf, um treinador só há pouco tempo descobriu um segredo do pai, que finalmente lhe ofereceu explicações para os problemas de infância

Düsseldorf: Como o trauma da Segunda Guerra Mundial chegou à bola…e não só

Tiago Carrasco

Jornalista

Estádio: Merkur Spiel-Arena

Região: Renânia do Norte – Vestfália

Aos 8 anos, Christian Lasch entrou para as escolas do Fortuna Düsseldorf, o maior clube da sua cidade, por influência do avô materno. Como era gordinho, foi para a baliza. Percorreu todos os escalões de formação até parar de jogar, aos 19 anos, passando automaticamente para o corpo técnico. Hoje, é o principal responsável pelo treino dos guarda-redes do clube, e está prestes a completar 37 anos ininterruptos de casa, o que faz dele um dos profissionais do futebol alemão há mais tempo continuamente ligado a um só emblema.

“O Fortuna é um dos meus grandes amores e teve uma grande importância na minha vida, pois permitiu-me conhecer muita gente e construir uma espécie de segunda família”, diz Christian, após uma temporada especialmente angustiante (terceiro classificado da segunda divisão, o Fortuna disputou um play-off contra o Bochum, antepenúltimo do primeiro escalão, para decidir quem jogaria na Bundesliga na próxima temporada – após vencer por 3-0 no estádio do adversário, a equipa de Düsseldorf perdeu 3-0 em casa, acabando derrotada no desempate por grandes penalidades).

O futebol foi um escape para o guarda-redes. Os seus pais separaram-se quando ainda era bebé e ele ficou a viver com a mãe e com o padrasto numa aldeia das cercanias de Düsseldorf. O pai, Patrick, levava-o aos treinos uma vez por semana, mas nunca conseguiu construir uma ligação emocional com ele; sentia-o sempre frio e distante, incapaz de lhe dar conselhos e orientação e a saltar desenfreadamente entre relações amorosas, que resultavam em mais famílias disfuncionais e no nascimento de irmãos que mal chegava a conhecer.

“Tornei-me numa criança tímida, fria, sentimentalmente vulnerável. Não tinha a autoestima e a confiança necessárias”, diz, à Tribuna Expresso, o técnico, que para além do Fortuna trabalha com a Federação Alemã de Futebol (DFB) e tem a sua própria escola, onde leciona cursos pedagógicos de construção da personalidade e de responsabilidade social para menores dos 10 aos 18 anos.

Christian acabou por casar, teve dois filhos. Mas viveu mais de trinta anos com a amargura de não perceber os motivos da insensibilidade e do desinteresse do pai. “A minha luta foi sempre educar os meus filhos de uma maneira diferente daquela que o meu pai me educou. Ele nunca me disse para ter cuidado, para fazer isto ou aquilo, nunca falou comigo de temas sérios, não me deu carinho. Por oposição, quis sempre dar aos meus filhos a oportunidade de falar comigo e, sempre que tenho tempo, tento fazer coisas com eles”, diz.

Finalmente, “há oito ou nove anos”, o pai revelou-lhe um segredo obscuro, que ocultara desde o berço, nos sombrios anos da vigência nazi. A revelação pode não lhe ter chegado para apagar todos os rancores. Mas serviu-lhe para explicar muita coisa. “Durante muitos anos, pensei que ele era apenas mau. Agora entendo que quando não recebes amor na infância, também não consegues dá-lo aos teus filhos mais tarde”, diz Christian.

Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para continuar a ler
Relacionados
  • Colónia: a cidade do Europeu que está de braços abertos para os futebolistas ucranianos

  • Borussia e cerveja: os dois amores de Dortmund (onde Portugal vai jogar) vêm do mesmo barril

  • Desligados da corrente: o Schalke à procura de nova energia na cidade do carvão

  • Lok vs Chemie: as cicatrizes da reunificação no dérbi de Leipzig

  • Um novo muro em Berlim: o choque entre clubes judeus e árabes na capital do Euro 2024

  • Golo? Golo diz-se “Tor”: os 60 anos da emigração portuguesa na Alemanha do Euro 2024

  • Mais verde que a relva: a luta de uma região do Euro 2024 por um futebol ecológico

  • Euro 2024: a Baviera de pitões afiados contra a recessão

Tem alguma questão? Envie um email ao jornalista: tribuna@expresso.impresa.pt

Bola de Berlim

  • Bola de Berlim

    Punk, política e futebol: o St. Pauli entre a Bundesliga e a crise da esquerda

    Tiago Carrasco

  • Bola de Berlim

    Düsseldorf: Como o trauma da Segunda Guerra Mundial chegou à bola…e não só

    Tiago Carrasco

  • Bola de Berlim

    Colónia: a cidade do Europeu que está de braços abertos para os futebolistas ucranianos

    Tiago Carrasco

  • Bola de Berlim

    Borussia e cerveja: os dois amores de Dortmund (onde Portugal vai jogar) vêm do mesmo barril

    Tiago Carrasco

+ Exclusivos
+ Artigos
  • Basquetebol

    Raio-x ao adversário de Portugal no EuroBasket: até sem treinador, há “poucas hipóteses” contra a Alemanha que ninguém descobriu como parar

    Francisco Martins

  • Futebol internacional

    As contas do mercado de transferências: o Liverpool foi o rei dos milhões e Portugal lucrou menos 94,2% do que no verão passado

    Pedro Barata

  • Opinião

    Mourinho: declínio, queda e outra queda

    Bruno Vieira Amaral

  • Entrevistas Tribuna

    A Lorène Bazolo mais rápida de sempre surgiu depois dos 40: “Cada vez que digo que vou parar é quando saem as minhas melhores marcas”

    Lídia Paralta Gomes

+ Vistas
  • Modalidades

    Portugal perdeu os três primeiros jogos do Europeu de hóquei em patins, mas calma, ainda pode ser campeão

  • Crónica de Jogo

    Os que levaram Portugal ao EuroBasket foram os mesmos que o colocaram nos ‘oitavos’ quando Neemias perdeu a cabeça

  • Crónica de Jogo

    Os que levaram Portugal ao EuroBasket foram os mesmos que o colocaram nos ‘oitavos’ quando Neemias perdeu a cabeça

  • Portugal

    Rúben Neves pediu à família de Jota para usar o seu 21 na seleção, onde todos vão “buscar um bocadinho do Diogo”

  • Ciclismo

    O “trator” João Almeida testou Vingegaard na Vuelta, mas Jonas não tremeu em novo dia de telenovela na Emirates

  • Ciclismo

    Acima do Angliru, só o sonho português: João Almeida vence na mítica subida da Vuelta após exibição histórica

  • Ciclismo

    As manifestações pró-Palestina e contra Israel entraram com força na Vuelta, onde todos parecem chutar a responsabilidade para o vizinho

  • Ciclismo

    Governo espanhol é a favor de tirar equipa israelita da Vuelta: “Europa e Israel só se podem relacionar com respeito pelos direitos humanos”

+ Vistas
  • Expresso

    Elevador da Glória: “De repente, um bebé começou a chorar. O meu amigo pegou nele. Pensámos que aquela criança provavelmente estava órfã”

  • Expresso

    “Calma, calma”: Farid e um amigo dão colo a menino de 3 anos ferido no elevador da Glória, foram dos primeiros a chegar e filmaram o caos

  • Expresso

    “Foi um dia complicado e será para sempre para Moedas, vai ter impacto nas autárquicas, é pena que isto tenha aproveitamento político”

  • Expresso

    Contrato para a manutenção de ascensores terminou no domingo, mas Carris garante que não houve interrupção do serviço

  • Expresso

    “Cada cabeça que me trouxer cortada rente no pescoço, eu pago 500 euros”

  • Expresso

    Reitor do Porto denuncia “pressões” para facilitar entradas em Medicina, ministro da Educação disponibilizou-se para abrir vagas extra

  • Expresso

    Movimento BDS apela ao boicote aos concertos de Radiohead na Europa: “Há um elemento da banda que tocou a curta distância de um genocídio”

  • Expresso

    Elevador da Glória: Marcelo espera apuramento rápido das causas do acidente, Alexandra Leitão não pede demissão de Moedas mas deixa críticas

Tribuna ExpressoTribuna Expresso
  • Subscrever
  • Exclusivos
  • Newsletter
  • Semanário
  • Estatuto Editorial
  • Código de Conduta
  • Ficha Técnica
  • Política de Cookies
  • Termos de Utilização
  • Política de Privacidade
  • Regras da Comunidade
  • Publicidade
  • Contactos
  • Lei da Transparência
  • Assinar
Siga-nos
  • Facebook
  • Twitter
  • Instagram
  • RSS