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Claudio Marchisio: “Lembro-me de jogar contra Rúben Amorim. Demonstra, como treinador, a mesma inteligência que tinha enquanto jogador”

Em entrevista à Tribuna Expresso, o ex-médio, natural de Turim e que jogou 389 vezes pela Juventus, lança o embate da vecchia signora contra o Sporting, orientado por um seu antigo adversário. Heptacampeão italiano, fala do ADN da Juve, sem esquecer as causas sociais: preocupa-o a emergência climática, o racismo e a homofobia, e acredita que “todos as crianças do mundo têm direito a tentar cumprir os sonhos que desenhem numa folha”

Pedro Barata

Valerio Pennicino - Juventus FC/Getty

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Quando Claudio Marchisio era criança, pegava numa caneta e desenhava o que queria ser no futuro. Os sonhos rabiscados no papel mostravam um futebolista, mas não um qualquer: um jogador vestido de nero e bianco, de preto e branco, com a camisola da Juventus, o clube de Turim, onde nasceu e sempre viveu. O menino que admirava Alessandro Del Piero viria a jogar com o seu ídolo, começando na Série B, em 2006/07, e fazendo-o durante 11 temporadas na equipa principal.

Foram 389 partidas, 37 golos, sete campeonatos italianos vencidos consecutivamente, quatro Taças de Itália e três Supertaças. Duas finais da Liga dos Campeões perdidas. Mais 55 internacionalizações A por Itália, com presença em dois Mundiais e num Europeu, em 2012, quando foi finalista vencido.

É o 15.º homem com mais encontros pela Juventus, uma lista liderada por Alessandro Del Piero, com Buffon no segundo lugar e Chiellini no terceiro. Todos foram seus companheiros, ajudando a construir uma das principais eras de domínio de uma só equipa num dos maiores campeonatos europeus.

Aos 37 anos, Marchisio é, juntamente com Chiellini, dono de uma firma de marketing digital. Trabalham com empresas e, também, com jogadores de futebol, seja na gestão de imagem, no tratamento de redes sociais ou na assessoria de imprensa. É, ainda, comentador de futebol na televisão.

Talvez mais importante que tudo isto, Claudio é um homem preocupado com o mundo que o rodeia. Quando passeia nas montanhas que cercam Turim, não deixa de reparar nos efeitos da emergência climática. Fala contra o racismo e a homofobia.

E quer que o local de nascimento não condicione, à partida, as possibilidades que outras crianças tenham de sonhar, tal como ele fazia quando via heróis vestidos de preto e branco, a camisola do clube da sua vida, o emblema da sua cidade. A cidade que receberá o Sporting (esta quinta-feira, às 20h, SIC) na primeira mão dos quartos de final da Liga Europa.

És de Turim, jogaste 389 vezes pela Juventus, ganhaste a Série A sete vezes. O que significa a Juventus para ti?
É fácil dizer: a Juventus é grande parte da minha vida, é um pedaço fundamental de mim. Comecei a jogar no clube aos 7 anos, movido pela paixão pelo futebol e pelo amor à camisola da Juventus. Jogar na equipa principal e ganhar tantas coisas ao lado de enormes campeões é o sonho de qualquer bambino que tenha esta paixão pelo jogo e por um emblema.

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