Na final do Street League Skateboarding, vais de headphones nos ouvidos quando arrancas para os últimos 45 segundos da tua prova. O que estavas a ouvir?
Hum, não sei se deveria dizer isto, é quase um segredo meu, mas eu não ouço nenhuma música quando estou a competir [ri-se]. Ouço música o tempo inteiro até ao ponto de começar a competir porque, quando começo, gosto de estar focado no que estou a fazer, às vezes a música pode distrair-me um bocadinho e gosto de deixar os phones porque, no estádio, muitas pessoas chamam o meu nome e então é uma maneira de escapar, de não falar com as pessoas no momento, estar um milhão por cento focado no que estou a fazer.
E quando estás a treinar?
Ouço mais quando ando de skate sozinho, quando estou com amigos gosto de estar a falar com eles e saber o que está a acontecer nesse preciso momento.
Mas ouvir música faz com que estejas menos concentrado?
Nem é essa a questão, mas acho que quando estás num campeonato é uma coisa tão séria, quando eu era miúdo a minha mãe dizia que tinha de me focar na escola e no skate ao mesmo tempo, mas como é que me vou conseguir focar em algo a 100% se estou a fazer duas ao mesmo tempo? Muita gente ouve música em campeonatos, mas eu não consigo, é muita informação ao mesmo tempo: a pressão do público, a pressão de mim próprio, depois é a música na minha cabeça, são muitas coisas para processar no momento. Às vezes, o melhor é estar só eu e a minha mente sozinhos.
Consegues ter noção da energia do público, das reações das pessoas às manobras quando estás no skate?
Consigo ter uma pequena perceção, mas nunca chegar ao ponto da realidade, estou tão focado que não ouço nada, nem ninguém. Até porque, dependendo da minha prestação, quando acaba um campeonato vou ver sempre o que fiz na televisão, só para ver o que as pessoas viram, como fiz as coisas, o ambiente à volta da prova. Eu a competir não consigo ter nenhuma perceção do que está a acontecer à minha volta.