Acabou há semanas a primeira experiência no estrangeiro. Como é que soube que tinha sido despedido do Al-Tai?
Na Arábia Saudita devia ser perto da meia-noite e eu estava a ver um jogo de Portugal. A minha mulher e a minha filha, por mensagem, perguntaram-me o que é que se passava e eu fiquei à toa. Simultaneamente, o nosso tradutor manda-me um print com um tweet que falava de um treinador apresentado. Perguntei se era para os sub-19, ao que ele me responde: “Já está aí.” Voltei a ler e percebi o que é que se estava a passar: tinham anunciado um novo treinador sem eu saber de nada. Fiquei surpreendido pela forma como fizeram as coisas, mas respeito a decisão. Tivemos uma má fase e caímos para o nono lugar, mas só descem duas equipas de 16 e o objetivo era a manutenção.
Qual foi a sua reação à notícia?
A quente, peguei no print e enviei-o ao diretor-geral e ao presidente perguntando o que se passava. No dia seguinte é que me informaram. O anúncio não foi nada profissional, mas depois redimiram-se com uma despedida com todos os jogadores e funcionários, uma homenagem.
Que balanço faz dos meses na Arábia Saudita?
Positivo, independentemente do desfecho um pouco surpreendente. Estávamos muito curiosos, porque iria ser a nossa primeira experiência fora de Portugal, mas serviu para percebermos como é que iríamos lidar com a distância da família, e correu bem. Houve dificuldades logísticas, de infraestruturas e com o baixo nível de alguns jogadores, mas fiquei surpreendido pela positiva com a organização dos jogos, a paixão deles pelo futebol ou a segurança, por exemplo.
Quais foram essas dificuldades?
Nós não tínhamos um sítio para equipar, não tínhamos um gabinete para trabalhar, não havia departamentos de nada, era a equipa técnica para tudo, tudo e mais alguma coisa, até mesmo em questões logísticas, de viagens, de tudo. E isso também nos foi dando responsabilidade de trabalhar, de querer as coisas melhor.