Perfil

Entrevistas Tribuna

Gustavo Ribeiro, o primeiro português a ser campeão mundial de skate: “Sou bom, mas estou longe do topo. Quero ainda mais”

Tem 21 anos, vive nos EUA e é o único português no mais importante circuito de skate. Gustavo Ribeiro é profissional desde 2019, tem um irmão gémeo que também rola sobre quatro rodas. Nesta entrevista à Tribuna Expresso, fala sobre como o skate, cheio das inevitáveis quedas e do ter que se levantar a seguir, pode ser uma lição para a vida que “nem sempre é um mundo cor de rosa”. Entrevista originalmente publicada a 28 de outubro, antes de o português se sagrar campeão mundial da Street League Skateboarding

Diogo Pombo

Hugo Silva/Red Bull

Partilhar

És o único português que está na Street League Skateboarding, a melhor prova do mundo. Porquê?
Hum, é uma pergunta um bocado difícil, depende muito da cabeça de cada um. Acho que a regra fundamental para atingires os teus sonhos tem de partir da tua cabeça, do teu foco, e há nível em Portugal, há pessoas que andam muito bem de skate, têm de sair mais de Portugal e tentar coisas novas, fazer campeonatos cá fora. Na Europa é bom, mas se queres realmente ser alguém, infeliz ou felizmente tens de estar nos EUA. Desde que tenho 13, 14 anos comecei a vir muito para aqui, a fazer campeonatos amadores e assim devagarinho comecei a construir uma coisa que poucos portugueses - se calhar, só um ou dois - tentaram fazer e talvez é essa a razão para ser o único. Os portugueses deviam tentar um bocadinho mais, porque há nível, nós temos nível. É a minha opinião.

Imagino que não seja muito barato estar a ir várias vezes por ano aos EUA. Também é uma questão de possibilidades.
Claro que sim, mas eu nunca fui rico, também tive de fazer muitas coisas para conseguir vir aqui. Quando tinha 14 anos fazia muitas publicidades para juntar dinheiro e fazer as minhas viagens, na altura não tinha patrocínios. Acho que quando tens algo que queiras atingir vais fazer certos esforços que precisas.

Qual é a principal diferença que existe por aí? É na cultura que rodeia o skate?
Não é obrigatório estar nos EUA a full time, podes viver em Portugal ou em qualquer lado do mundo e ser um skater profissional. O que queria dizer é que o núcleo das marcas, de skaters profissionais, pessoas importantes vão-se encontrar todas nos EUA. Quanto mais tempo passas aqui, mais contactos tens e mais as pessoas te conhecem melhor, mais de abrem os braços e dizer “ok, vamos ajudar-te, por-te a treinar para teres suporte e vais conseguir”. Aqui acabas por ter mais oportunidades do que na Europa e em Portugal, é a única razão para nos EUA poderes ser um bocadinho melhor.

Artigo Exclusivo para assinantes

No Expresso valorizamos o jornalismo livre e independente

Já é assinante?
Comprou o Expresso? Insira o código presente na Revista E para continuar a ler