A Volta a Portugal está na estrada para uma edição de reforma: um ano depois do escândalo de dopagem da W52-FC Porto, o ciclismo português blindou-se de medidas para tentar limpar a modalidade
Há um ano, o ciclismo português viveu um evento sísmico, daqueles que põem em causa a própria sobrevivência. Nas semanas que antecederam a Volta a Portugal de 2022, a W52-FC Porto, grande dominadora nas estradas nacionais nos anos anteriores, com vitórias consecutivas na Volta a Portugal, foi apanhada num intrincado esquema de dopagem, envolvendo ciclistas e diretores. Na véspera do arranque da prova, mais buscas e mais atletas suspensos em outras equipas do pelotão. A “Grandíssima”, como carinhosamente é tratada, seguiu, como sempre.
Mas os casos abalaram as fundações do ciclismo nacional, que enfrentou a tão dura quanto indubitável realidade de que só uma ação musculada poderia fazer regressar tranquilidade e confiança a uma modalidade que vive numa permanente sombra de suspeita. Todos os corredores das nove equipas portuguesas do escalão profissional (o terceiro da hierarquia da União Ciclista Internacional), que na quarta-feira estiveram à partida do prólogo em Viseu, com que se iniciou a edição deste ano, estão sob o passaporte biológico, método de monitorização de determinados parâmetros biológicos dos praticantes desportivos que permite a deteção de forma indireta da utilização de substâncias ou métodos proibidos.
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