A exibição do Benfica
“Na globalidade não é o Benfica que queremos, nem eu, nem os jogadores, nem ninguém. À Benfica, foi só esforço, a entrega, a abnegação - diria mesmo o sacrifício -, porque a equipa está esgotada. Esta acumulação de jogos a cada dois dias esgota. O Gil é uma ótima equipa, mas estas ótimas equipas têm uma semana para prepara jogos, detalhas e aparecerem de bolas paradas que não pudemos estudar enquanto surpresa. Eu, como treinador do Leiria, vivi isto, ter uma semana para preparar jogos com uma equipa fresca e jogar olhos nos olhos como o Gil fez.
A pressão é tremenda, há jogadores em tremendas dificuldades, felizmente são três dias para o próximo jogo. Não fomos clarividentes, tivemos pouca bola, perdemos muito a bola, mas ficam os pontos que, neste momento, são importantíssimos, rompem com a série de jogos em casa sem ganhar. Não houve qualidade de jogo, com gente esgotada, mas houve caráter. Tenho prazer em defender os que são atacados, o Richard [Ríos] deixou tudo o que tinha para deixar num meio-campo sem o Enzo e com o Fredrik a ser um daqueles em maiores dificuldades.”
As mexidas na segunda parte
“O Sudakov estava em dificuldade, o Schjelderup é o Schjelderup, tem dificuldade em intensidade, em 90 minutos, no sacrifício e nas transições. É um jogador de bola no pé. O Lukebakio, como disse, a gasolina não ia durar, preferi começar com ele e, depois, olhar par ao banco e ter o Leandro Barreiro, salvo erro com 25 anos, a ser o avô de todos os outros que estavam no banco, que eram miúdos. Meti o Barreiro para dar mais solidez, o Tomás [Araújo] obviamente que não é lateral, mas é rápido nas transições, fechámos ali o lado.”
Na leitura de jogo contra o Rio Ave, sempre que pudemos é jogar para a frente, é esse o objetivo, mas, a partir dos 80’, hoje houve mais pragmatismo para não sofrermos golos no contra-ataque como contra o Rio Ave. Agora o próximo jogo é daqui a três dias.”
As deslocações dos próximos jogos
“É o que é, a equipa neste momento não tem identidade, vive um bocadinho na zona cinzenta entre ideias do treinador anterior e as minhas. Algumas contradições, essas não são fáceis de ultrapassar sem muito trabalho, que é o que não temos oportunidade de fazer. Não temos trabalho efetivo de campo.
Vamos pensar num jogo de cada vez. Sabemos que jogamos com equipas fortes, no seu estádio, aos quais untamos o Chaves na Taça, que não é dos mais acessíveis.
Felizmente não há lesões, recuperámos o Enzo que também estava em extrema condição de fadiga, a roçar a lesão. E pronto, agora é retirar o que de bom fizemos - fundamentalmente, foi uma mentalidade, resiliência e humildade de uma equipa que sabe que não é top, que não está no nível top, mas que precisa dos pontos.”
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