Ganhar ou perder não é uma escolha. Todos querem ganhar e ninguém compete sozinho. O que se escolhe é a forma como se joga para tentar vencer, vale sempre a pena reforçar. Indo ao mercado para contratar Roger Schmidt, o Benfica trouxe uma ideia associada ao técnico alemão. É aquilo, estava à vista de todos nos projectos anteriores. Não sabemos o resultado final da temporada, mas a garantia de que haverá uma equipa reconhecível é o primeiro passo que os encarnados deram para contrariar o insucesso recente.
Rui Costa, quando escolheu o ex-técnico do PSV, sabia que não podia esperar um futebol passivo na construção e um bloco baixo à espera do adversário. Essa é uma vantagem muitas vezes esquecida quando se elogia a capacidade de adaptação dos treinadores à realidade em que se encontram. Não deixa de ser necessária, naturalmente, mas o que valoriza os clubes – porque cria uma identidade, seja ela qual for - é a lógica ao contrário: os melhores são aqueles que implementam as próprias ideias em qualquer contexto.
Devemos interpretar a chegada de Roger Schmidt sob este prisma. O Benfica não quer um treinador que se adapte ao futebol português. Quer um treinador que traga o futebol alemão para a Luz, contrariando tudo aquilo que o clube tem feito nas épocas anteriores. A mentalidade ofensiva já se identifica. Pela forma como pressiona a todo o campo, pedindo aos centrais que saiam de zona para antecipar e encurtar a equipa defensivamente, mas também pela procura de um ritmo alto, sempre de olhos postos na baliza contrária e com funções perfeitamente definidas para cada elemento do modelo.
Cara de treinador (ou como o Benfica já mostra as convicções fortes de Roger Schmidt)
O comentador e analista Tomás da Cunha disseca as primeiras impressões do Benfica de Schmidt e lembra que, mesmo que ainda numa fase de incertezas, os encarnados conseguiram encontrar a única certeza possível: um treinador que sabe como quer jogar e que perfil de jogador se enquadra nesse futebol
Tomás da Cunha
19.07.2022 às 9h30
DUARTE DRAGO/LUSA
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