O selecionador nacional Fernando Santos vai colocar a Autoridade Tributária em tribunal, na sequência do caso do enquadramento fiscal do contrato do treinador com a FPF. Fernando Santos recebia o salário através da sua empresa, a FEMACOSA, mas recentemente o Centro de Arbitragem Administrativa (CAAD) considerou que a remuneração de Fernando Santos devia ter sido recebida como rendimentos de trabalho e não através da empresa.
Em entrevista à Sport TV, que será transmitida esta noite, Fernando Santos diz que “80% dos vencimentos daquilo que foi pago pela FPF em 2016 e 2017 estão neste momento na Autoridade Tributária” e que o credor é ele e não o Estado.
“Quem recorreu ao CAAD fui eu, não foi a Autoridade Tributária que levou o Fernando Santos a qualquer coisa”, pode ouvir-se o selecionador nacional a afirmar, num excerto da entrevista que a Sport TV avançou.
“Nunca fui acusado de fraude fiscal, nunca fui acusado de nada”, continua o treinador. “Só me disseram: nós temos aqui uma divergência. Tu não deverias pagar por aqui, deverias pagar por aqui e nós pagámos. Não me parece que algum português possa pensar em pagar oitenta por cento de imposto, isso é que não me parece legítimo. Já impugnei a decisão para tribunais administrativos porque toda a gente me continua a dizer que isto é perfeitamente normal, legítimo, que em termos legais não tem problema nenhum. Irei fazer o recurso esta semana também para o Supremo Tribunal. Eu continuo convencido que estou certo”, afirmou ainda.
Fernando Santos diz esperar agora que lhe devolvam ou o IRS ou o IRC que diz estarem retidos pelo Fisco: “Eu fui ao CAAD dizer assim: eu já paguei de dois lados, um em sede de IRC e outro em sede IRS. Eu é que sou o credor, ou eu ou a minha empresa. Alguma coisa tem de ser devolvida. No fim, há uma coisa que eu sei: no fim, eu vou ter de receber. Eu, não é o Estado. Eu, o Fernando Santos vai receber o IRS ou a Femacosa vai receber o IRC”.
O selecionador nacional, que na próxima quinta-feira, às 17h30, vai anunciar os convocados para o Mundial, frisou ainda que a situação o magoou. “Que doeu, doeu, que dói, dói. E dói porque ouvi muita mentira em relação a isto, muita mentira. No momento certo depois vamos decidir o que fazer em relação a estas questões”.