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Federação de judo só poderia cortar financiamento a Telma Monteiro com processo disciplinar ou de doping, mas o Comité Olímpico nada recebeu

A atleta do Benfica é uma de 10 que integram o projeto olímpico para Paris 2024 e, além da bolsa mensal que cada um recebe diretamente do COP, a entidade transfere para a Federação Portuguesa de Judo, anualmente, mais verbas destinadas à preparação para a competição - algo que Telma Monteiro alegou já não estar a acontecer. Mas algum corte ou limite nesses valores só é possível caso chegue ao comité um caso de infração imputável à judoca

Diogo Pombo

David Ramos

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“Sábado, na reunião de planeamento, os treinadores foram informados de que eu, como outros atletas, já não temos verba do projeto olímpico - gerido pela federação - para realizar o planeamento que tínhamos feito.”

O parágrafo consta na mensagem teclada por Telma Monteiro, na segunda-feira e na sua conta de Facebook, que fez borbulhar de novo a água mantida perto da temperatura de fervura entre a judoca do Benfica e a Federação Portuguesa de Judo (FPJ), sobretudo da atleta para com o presidente da entidade, Jorge Fernandes, a quem ela e outros seis judocas (dos 10 que perfazem o projeto olímpico da modalidade) dirigiram uma carta aberta, em agosto, denunciando um “clima insustentável e tóxico” na modalidade. Feita essa denúncia, esta nova queixa alegava uma falta de financiamento.

Telma Monteiro é a mais condecorada judoca na história da modalidade em Portugal. Coleciona para lá de 40 medalhas internacionais, incluindo 15 de ouro, além do bronze nos Jogos do Rio de Janeiro, em 2016, dos seis títulos de campeã europeia e do facto de ser responsável por um terço dos pedaços de metal conquistados pelo país a nível continental. Aos 36 anos, ainda vai buscar resultados ao tatami que lhe permitem, afunilando o contexto, alimentar um par de constatações: a fome de se qualificar para os Jogos de Paris, em 2024, e ter acesso a fundos estatais que a ajudem na preparação para competir nessa direção.

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