O complexo Trojena, inserido no projeto Neom, deverá estar concluída em 2026, custando ao reino da Arábia Saudita cerca de €500 mil milhões. Apresentando por Mohammed bin Salman, príncipe herdeiro, em março, o projeto verá erguer-se uma megacidade, com “instalações de ski, hotéis luxuosos, lojas e restaurantes, atividades desportivas e uma reserva natural”, explicou, na altura, a agência de notícias do país.
Na terça-feira, a Arábia Saudita comunicou ter vencido o processo para acolher os Jogos Olímpicos de Inverno da Ásia, em 2029, justamente na futura megacidade. A escolha levantou imediatamente dúvidas, dado que boa parte da Arábia Saudita é coberta por deserto, sem neve nem infra-estruturas ou tradição de desportos de inverno.
A construção de toda uma cidade na qual se acolherá Jogos Olímpicos de Inverno vai contra a Agenda 2020+5 do Comité Olímpico Internacional. Segundo esta, deve ser dada, por razões de sustentabilidade, “prioridade clara” a candidaturas com instalações já construídas. Se estas não existirem, o uso de infra-estruturas temporárias é “encorajado”, disse um porta-voz do COI à Reuters.
Perante isto, o Comité Olímpico Internacional foi questionado pela Reuters. O COI que “não foi consultado” no processo de escolha dos Jogos Olímpicos de Inverno da Ásia de 2029, sublinhando que a sustentabilidade é “chave” para a entidade, daí a preferência por instalações que já existam, em linha contrária à construção de uma megacidade no deserto saudita.
Ao acolher os Jogos Olímpicos de Inverno da Ásia, a Arábia Saudita continua na sua aposta pelo investimento no desporto. O reino já é dono, através do Fundo de Investimento Público, do Newcastle, tendo organizado, recentemente, competições de Fórmula 1, golfe ou futebol no país.