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A casa às costas

“Era treinador do Almada, na distrital, e fomos a primeira equipa a usar o GPS durante uma época inteira. Na I Liga ainda ninguém utilizava”

“Era treinador do Almada, na distrital, e fomos a primeira equipa a usar o GPS durante uma época inteira. Na I Liga ainda ninguém utilizava”
Ana Baiao

Filipe Çelikkaya, 39 anos, deixou o Sporting B, após quatro anos, para dar continuidade à carreira de treinador principal numa I Liga. Com várias propostas em cima da mesa, o técnico decidirá o seu futuro em breve, mas antes recordou ao Casa às Costas como tudo começou. Do sonho de ser jogador, à escolha pela vertente académica e à perspicácia de ser o primeiro em Portugal a dedicar-se ao uso do GPS no futebol, Çelikkaya revela os passos que deu até começar a treinar a formação do Benfica, fala da passagem pelo Al Ahli como adjunto de Bruno Lage, e do Sporting, antes de tornar-se adjunto de Luís Castro

Nasceu em Lisboa, mas tem um apelido estranho. Podemos começar por aí. De onde vem o Çelikkaya?
Do meu pai, que é turco. A minha mãe é portuguesa, de Lisboa, o meu pai cresceu numa terra no interior da Turquia chamada Eskisehir, mas cedo quis conhecer o mundo. Fez uma viagem pela Europa durante dois a três anos até que chegou a Portugal e conheceu a minha mãe. A partir desse momento nunca mais saiu de Portugal, exceto para trabalhar no estrangeiro ou visitar a família. Quando nasci o meu pai estava à procura de emprego, mas fazia de tudo um pouco, e a minha mãe não trabalhava. Ele depois conseguiu arranjar emprego na área da eletrotecnia industrial e foi subindo na carreira.

Tem irmãos?
Sou filho único.

Onde cresceu?
De início estive na zona do Monte da Caparica, no conhecido ‘Bairro do Pica Pau Amarelo’, ou apenas ‘Bairro Amarelo’. Era um bairro social, a minha família praticamente toda vivia lá. Depois fomos para Estarreja devido ao emprego do meu pai, mas viemos novamente para baixo, para Almada, tinha eu uns cinco anos e foi aí, em Almada, que cresci. Embora eu fosse muitas vezes ao Bairro Amarelo, ao fim de semana, para estar com a minha avó, a minha tia e os meus primos. Joguei muitas vezes futebol no bairro, na rua.

Foi uma criança tranquila ou deu muitas dores de cabeça?
Sempre fui muito responsável. Apesar de ser filho único, a minha casa estava sempre cheia de amigos. Estávamos sempre na rua a jogar futebol. O nosso sonho naquela altura era ser aceite numa equipa de futebol no Almada ou no Cova da Piedade, os clubes da zona.

Gostava da escola?
Não gostava muito. Hoje tenho outra visão sobre a educação, até porque segui a parte educativa, mas quando era miúdo não gostava.

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