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A casa às costas

“Aos 16 anos tive proposta do Benfica e os meus pais não me deixaram ir. Perdoei-os, mas há alguma mágoa, gostava de saber como teria sido”

“Aos 16 anos tive proposta do Benfica e os meus pais não me deixaram ir. Perdoei-os, mas há alguma mágoa, gostava de saber como teria sido”
D.R.

Gonçalo Gregório, de 29 anos, é filho de jogador/treinador e desde cedo percebeu o que queria fazer da vida: marcar golos. O avançado conta como tudo começou, no Estoril Praia, de onde rapidamente saiu para o Belenenses. Estreou-se como sénior no GS Loures, após um ano no V. Setúbal, e jogou no Casa Pia AC, no Leixões, Farense e Vilafranquense, antes de regressar ao clube de Pina Manique, onde foi treinado pelo então estreante e “muito emotivo” Rúben Amorim, que deixou um “balneário a chorar”, como conta na parte II deste Casa às Costas

Nasceu em Lisboa. É filho de um ex-jogador de futebol [Rui Gregório], certo?
Quando nasci ele ainda era jogador, mas depois tornou-se treinador.

E a sua mãe, o que fazia profissionalmente?
Estava desempregada, cuidava de nós, mas mais tarde esteve ligada a empresas de revistas de culinária e coisas do género.

Tem quantos irmãos?
Tenho um irmão mais velho um ano, o Tomás Gregório.

Em que zona de Lisboa cresceu?
Na zona de Carcavelos-Parede.

Foi uma criança bem comportada ou deu muitas dores de cabeça?
Era muito reguila. Destruía muitas peças de mobília em casa com a bola. Chateava muito o meu irmão também. Uma vez, numa festa de anos, havia dez bolos em cima da mesa e provei uns sete ou oito, mas à medida que não gostava, voltava a meter nos pratos [risos]. Também me recordo que uma vez a minha mãe estava a chegar a casa e para assustá-la peguei numa esfregona, que estava molhada, e sem querer meti-lhe a esfregona no cabelo, sendo que ela tinha acabado de vir do cabeleireiro. Passou-se completamente [risos].

Recorda-se de ver o seu pai a jogar?
Mais ou menos. Lembro-me de alguma coisa, mas não muito bem. Cheguei a ver alguns vídeos em VHS.

Sempre quis ser futebolista?
Sim.

Em casa torcia-se porque clube?
Sempre pelo Sporting.

Quem eram os seus ídolos?
Nunca tive ídolos. Tinha jogadores de que gostava um pouco mais, mas nunca tive aquele jogador que eu queria ser ou aquela imagem de um jogador forte. Gostava muito do Roberto Carlos, que nem sequer era da minha posição e gostava do Ibrahimović.

E da escola, gostava?
Até gostava. Gostava da parte de ir jogar à bola e de falar com os meus amigos. Havia alguns temas que me interessavam, mas não gostava de passar tempo a estudar, preferia jogar à bola. Tinha muita dificuldade de concentração, só pensava em jogar futebol.

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