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A casa às costas

“No PSG, na segunda-feira a mãe do Ronaldinho Gaúcho chegava a Paris e nós, a seguir ao treino, íamos para casa dele comer picanha”

“No PSG, na segunda-feira a mãe do Ronaldinho Gaúcho chegava a Paris e nós, a seguir ao treino, íamos para casa dele comer picanha”
Rui Oliveira

Agostinho está com 48 anos e ainda joga nos veteranos do Paços de Ferreira. Nesta II parte do Casa às Costas fala-nos da época em que jogou no Paris Saint-Germain, onde privou com grandes estrelas, e as razões por que preferiu ser emprestado no ano seguinte; conta como foi regressar ao futebol português e a Espanha, onde ainda jogou em dois clubes e revela o que o fez pendurar as chuteiras. Dono de uma pastelaria mesmo em frente ao Estádio da Capital do Móvel, o ex-avançado que nunca chegou à seleção A diz-se feliz com a carreira que teve e confessa que continua a gostar de roupa e de carros

Quando assinou pelo Paris Saint-Germain (PSG) não o assustou ir para um país que desconhecia a língua?
Não estava preocupado com a língua porque a minha esposa nasceu na França e veio para Portugal com 13 anos. Mas, em Paris, o mundo do futebol já era diferente.

Diferente como?
Depois de entrarmos na cidade desportiva só saíamos à tarde. Tomávamos lá o pequeno-almoço, treinávamos, almoçávamos e só às quatro ou cinco horas é que íamos para casa.

Incomodava-o passar tanto tempo no clube?
Nos primeiros tempos, sim, mas com o tempo fui-me habituando.

Estreou-se nas competições europeias no PSG?
Sim. Tínhamos um plantel ótimo. Estava lá comigo o Hugo Leal, o Ronaldinho Gaúcho, o Okocha, tantos.

Como era jogar e partilhar balneário com Ronaldinho Gaúcho?
Nós dávamo-nos dentro de campo e fora também.

Como assim?
Por exemplo, jogávamos domingo, na segunda-feira a mãe do Ronaldinho Gaúcho chegava a Paris. Nós a seguir ao treino tínhamos de ir todos para casa dele comer a picanha. Nós, éramos os brasileiros, o Hugo Leal, eu, e os argentinos Mauricio Pochettino e Gabriel Heinze, e às vezes o [Mikel] Arteta, era esse o grupinho. O [Nicolas] Anelka também ia e só queria levar a música com ele, porque o Ronaldinho queria pôr música brasileira e o Anelka chegava e punha música francesa [risos]. Foi um ano top, em todos os sentidos. Eu comparo o Ronaldinho ao meu grande amigo Luís Figo.

Porquê?
Porque foram figuras do futebol e são pessoas humildes. Cumprimentam, são sempre simpáticos e bem-dispostos.

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