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A casa às costas

“Nos treinos, o Ivo Vieira marcava falta se levantássemos a bola acima do joelho, quando a via a andar muito no ar”

“Nos treinos, o Ivo Vieira marcava falta se levantássemos a bola acima do joelho, quando a via a andar muito no ar”
Carlos Rodrigues

Alex Soares iniciou o percurso no Benfica, mas, aos 15 anos, preferiu ir para o Odivelas, em vez de ser emprestado. Passou ainda pelo Oeiras e Belenenses antes de rumar ao Algarve para jogar na III Divisão, pelo Esperança da Lagos, uma equipa de homens feitos, com profissões variadas, que na véspera dos jogos gostavam de descontrair no jacuzzi a beber cervejas. Em 2011 estreou-se lá fora, na segunda divisão grega, mas não gostou e regressou a Portugal. Com um empurrão do presidente do Belenenses ingressou na equipa B do Marítimo, clube pelo qual fez a estreia na I Liga e onde esteve seis anos, antes de se aventurar pelo Chipre em 2017/18

Nasceu em Lisboa. É filho de quem?
O meu pai tem uma pequena empresa de construção civil e a minha mãe é doméstica, tomou conta de mim e do meu irmão mais novo oito anos, o Filipe Soares, que joga no FC Famalicão.

Cresceu em que zona de Lisboa?
Primeiro vivemos na Vialonga, mas no dia em que o meu irmão nasceu mudámo-nos para o Prior Velho.

Foi uma criança tranquila ou deu dores de cabeça?
Era tranquilo, o meu irmão é que não. Os meus pais dizem que se o meu irmão tivesse nascido primeiro eu já não tinha nascido [risos]. Eu sempre gostei de estar no meu cantinho, sem chatear, nem ser chateado.

O que queria ser quando fosse grande?
Eu comecei a jogar à bola muito cedo, portanto, acho que a ambição foi sempre ser jogador de futebol

Tinha alguém na família ligado ao futebol?
Não. O meu pai dava aulas de Karaté e eu comecei com ele ainda antes do futebol. Mas, às vezes, ele levava-me ao Estádio da Luz para ver os jogos e começou a despertar o interesse em mim. Até que um dia passámos pelo antigo Estádio da Luz, vimos os miúdos a treinar e eu disse ao meu pai que queria experimentar. Ele levou-me lá tinha eu uns 8 anos. Fui gostando cada vez mais e fui ficando.

Lá em casa torcem todos pelo Benfica?
Sim.

Gostava da escola?
Gostava. Não propriamente das aulas, mas gostava da escola, não havia problemas em levantar de manhã para ir para a escola.

Fez a formação praticamente toda no Benfica, onde ficou até aos 15 anos. Quais são as melhores recordações que tem desses anos no Benfica?
Lembro-me de treinarmos num cantinho ao lado do relvado n.º 2 do antigo Estádio da Luz, uma coisinha minúscula. Depois jogámos no campo do Futebol Benfica. Mais tarde, lembro-me dos relvados pelados dos Pupilos do Exército, onde não havia água quente. Foi uma fase do Benfica um bocado mais difícil, nada a ver com as condições que têm agora, mas era super divertido.

Algum treinador que o tenha marcado?
Tive alguns. O Professor João Costa, o mister Paisana e o mister Bastos Lopes, uma lenda do Benfica. Tínhamos uma boa relação, eles gostavam muito dos miúdos.

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