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A casa às costas

“Arrependo-me muito das faltas de respeito que tive com árbitras, cresci muito em relação a isso. Era muito feio e eu não tinha noção”

“Arrependo-me muito das faltas de respeito que tive com árbitras, cresci muito em relação a isso. Era muito feio e eu não tinha noção”
NUNO BOTELHO

Fátima Pinto saiu do Sporting após seis anos para se desafiar e ver se conseguia subir mias alto no futebol feminino além fronteiras, mas a passagem pelo Alavés não correu como desejava e esta época regressou ao clube do coração. Nesta segunda parte do Casa às Costas, tenta explicar a evolução da seleção nacional, fala sobre o Mundial, onde se lesionou logo no primeiro jogo com os Países Baixos, e da fraca prestação na Liga das Nações. Revela ainda que já visitou mais de 30 países, conta algumas histórias das suas viagens e admite que o clube de Alvalade este ano tem todas as condições para ser campeão

Como foi entrar e jogar no Sporting, o clube do coração?
Foi um sonho tornado realidade. Quando era pequenina e dizia que queria ser jogadora profissional de futebol, jamais imaginei que ia acontecer no Sporting. As condições que temos aqui não encontrei em mais lado nenhum. Com o passar do tempo, tornamo-nos mais exigentes, queremos a relva, vamos pedindo mais coisas, mas na verdade o que o Sporting me deu, nenhum outro clube deu até hoje.

Fez logo a dobradinha, com o professor Nuno Cristovão, e no ano seguinte também, mais a Supertaça. Quais foram os momentos mais marcantes dos primeiros anos no Sporting?
A conquista da Taça de Portugal, no Jamor. No primeiro ano fomos campeãs no Boavista e no segundo em Alvalade. Foi incrível. Para mim era o auge celebrar um campeonato em Alvalade e poder levantar uma Taça de Portugal com o símbolo do Sporting ao peito.

Entretanto, a seleção A conquista o primeiro apuramento para um Europeu, de 2017.
O jogo da Roménia foi incrível, nós sabíamos que éramos capazes, o jogo foi difícil, mas fomos muito equipa. São essas coisas que gosto e guardo, quando queremos muito algo e nos agregamos e conseguimos ser equipa, conseguimos. A mim deixa-me pessoalmente orgulhosa estar na história do futebol feminino português. Um dia, posso dizer a um neto, eu estive ali, fiz este percurso. Eu levei 7-0 dos Países Baixos a primeira vez que joguei com a seleção A e estive agora no Mundial a competir contra os Países Baixos. Fazer parte de todos os processos que tivemos ao longo destes nove anos é muito gratificante.

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