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A casa às costas

“No Milan, não passei a bola ao Ibrahimovic porque vi outro jogador que, para mim, estava em melhor posição e ele começou a gritar comigo”

“No Milan, não passei a bola ao Ibrahimovic porque vi outro jogador que, para mim, estava em melhor posição e ele começou a gritar comigo”
Nuno Fox

Pelé, de seu nome Judilson Mamadu Tuncara Gomes, nasceu na Guiné-Bissau. Aos quatro anos veio para Portugal, onde iniciou a carreira futebolística no Belenenses. A presença no Mundial de sub-20, em 2011, chamou a atenção dos italianos do AC Milan, que o compraram, mas nunca pisou San Siro. De empréstimo em empréstimo, o médio passou pela Ucrânia, Olhanense e de novo pelo Restelo, antes de ser contratado pelo Benfica, clube que nunca representou. Após o empréstimo ao Paços de Ferreira e ao Feirense, assinou cinco anos pelo Rio Ave e, na época seguinte, já era jogador do Mónaco

Nasceu na Guiné. Filho de quem?
A minha mãe era pasteleira na Guiné e em Portugal sempre trabalhou na restauração. O meu pai era pedreiro da construção civil.

Tem irmãos?
Tenho um irmão mais novo 15 anos, tem 17 anos.

Veio para Portugal com quantos anos?
Com quatro anos.

Tem alguma memória de infância na Guiné?
Não me lembro de praticamente nada.

Foi viver para onde?
Fomos um pouco nómadas no início. Vivi em Chelas, Cacém, Algarve. Mas mais na linha de Sintra.

Isso acontecia porquê?
Não me lembro o porquê, mas calculo que devia ser difícil arrendar casa. Como o meu tio vivia no Algarve, também fui viver com ele, devia ter uns 11, 12 anos.

Foi uma criança fácil?
Eu era muito reguila, dei algumas dores de cabeça à minha mãe. Ela mandava-me fazer algum recado e eu perdia-me no caminho, ia jogar à bola, deixava as horas passar e depois dizia que as lojas estavam todas fechadas, que tinha andado por todo o lado à procura do que ela me tinha pedido [risos].

Gostava da escola?
Não. Só gostava do ambiente da escola, de estar lá com os meus amigos a jogar à bola nos intervalos.

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