Nasceu em Lisboa. Como foi crescer com um pai [Bernardo Vasconcelos] que foi médico do Benfica muitos anos?
Tem a parte obviamente boa, porque cresci benfiquista e poder acompanhar o Benfica de perto, poder ir aos treinos, estar nos jogos, poder ir ao balneário, era fascinante para mim. Mas também tinha a parte negativa que era raramente ver o meu pai. Muitas vezes durante a semana não o via e poucas vezes ao fim de semana, porque quando ele chegava já eu estava a dormir e quando eu acordava já ele tinha ido.
E a sua mãe, o que fazia profissionalmente?
Era diretora de compras numa fábrica.
Tem irmãos?
Tenho dois irmãos mais novos.
Deu muitas dores de cabeça ou era tranquilo?
Muitíssimas, era terrível. A minha mãe está sempre a dizer que depois de mim foi muito mais fácil criar os meus dois irmãos. Eu era muito irrequieto. Era terrível na escola, estive várias vezes para ser expulso.
Porquê? O que fazia?
Portava-me mal, era muito irrequieto, odiava as aulas, foi sempre uma grande luta com a escola.
O que dizia querer ser quando crescesse?
Jogador de futebol. Sempre. Eu acompanhei muito o Benfica através do meu pai, ia aos jogos todos. É engraçado que foi sempre um sonho, mas nunca joguei nas camadas jovens. Só comecei a jogar aos 17 anos.
Porquê?
Porque como eu era terrível na escola, o meu pai não me deixava jogar federado em lado nenhum. Só tinha autorização para jogar pela equipa da escola, os Salesianos do Estoril. Quando fiz 17 anos, uma série de amigos foram para o GDS Cascais e eu fui com eles uns meses, na parte final da época, e as coisas correram bem. Tanto que o meu primeiro ano de futebol como sénior é como júnior de segundo ano no Estoril-Praia. Quando cheguei a sénior o Estoril não contava comigo, estive ali uns meses sem jogar, e em outubro ou novembro vou outra vez para o GDS Cascais, na distrital.
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