Nasceu em Barcelos. Apresente-nos a família.
Sou o terceiro de seis irmãos. O meu pai trabalha no ramo do comércio, faz feiras e entregas de bens alimentares. A minha mãe antes de eu nascer trabalhava no mesmo ramo, mas quando nasci, como já tinha alguns filhos, começou a ficar mais por casa.
Era uma criança tranquila, não deu muitas dores de cabeça, ou pelo contrário?
Era muito ativo, digamos assim. Há uma parvoíce que fiz com um amigo, que era meu vizinho e que hoje ainda é recordada. Um dia deu-nos na cabeça ficarmos escondidos o dia todo. Não sei por quê. Escondemo-nos a 10 metros da minha casa, mas ninguém nos encontrou e passámos lá a noite. Imagine a aflição das nossas famílias, a procurar-nos, chamar-nos e nós a ouvir e a ver tudo. Tinhas uns 11, 12 anos.
Gostava da escola?
Eu gostava da escola, não gostava era das aulas [risos]. Quanto mais tempo livre tivesse para jogar futebol, melhor.
Sempre quis ser jogador de futebol?
Sim. Desde que me lembro.
Tinha ou tem alguém na família ligado ao futebol?
Os meus irmãos e o meu pai gostam muito de futebol, mas nunca foram profissionais, o meu pai jogou como amador. De resto não tenho mais ninguém.
Torcia por que clube e quem eram os seus ídolos?
O meu pai sempre foi um exemplo para mim e eu seguia quase tudo o que ele gostava. Sempre fui benfiquista e o meu grande ídolo era o Simão Sabrosa. O meu irmão mais velho, sabendo disso, num dia das mentiras, veio com uma história que o Simão Sabrosa ia sair do Benfica e desatei a chorar [risos].