Quando pediu ao presidente do Recreativo do Libolo para regressar a Portugal, ele deixou sem entraves?
Ainda houve alguns stresses, mas como só tinha um ano de empréstimo, acabou por deixar. Regressei ao Belenenses quando a época 2012/13 estava a começar, foi quando entrou o mister Mitchell van der Gaag e acabamos por fazer aquela temporada extraordinária.
Gostou de trabalhar com Mitchell van der Gaag?
Costumo dizer que o meu pai no futebol é o Rui Jorge, mas o Mitchell é o meu segundo pai. É uma pessoa por quem tenho muito respeito e apreço. Um treinador muito bom, com um grande coração. Temos uma ligação muito boa. Das melhores pessoas com quem trabalhei.
Nessa época que referiu, foram campeões e subiram à I Liga. O que mais o marcou nessa temporada?
Logo no início houve uma coisa, de que ainda hoje falamos, a ida aos fuzileiros. Éramos um grupo de 22 ou 23 jogadores em que no máximo dois ou três tinham jogado juntos, de resto ninguém se conhecia. Antes de terminar a pré-época disseram-nos que íamos passar três dias nos fuzileiros. Aqueles três dias deram-nos uma irmandade, um companheirismo, que levámos até ao final. Para mim esse foi um dos segredos maiores porque criámos ali uma ligação muito forte.
O que fizeram nesses três dias?
Fizemos vários dos exercícios que eles fazem, como se estivéssemos na recruta. Tivemos de trabalhar em equipa, antes de fazermos alguma coisa tínhamos de estar em sintonia com os nossos colegas, essas coisas. Houve cansaço psicológico, porque quase não dormíamos, o que tornou aquilo ainda pior, mas, ao mesmo tempo, reforçou a ligação, que foi aumentando. Não sei explicar o porquê nem o como, mas criou uma ligação extraordinária uns com os outros e passámos isso para dentro de campo. Nós fomos realmente uma equipa.