A notícia foi primeiro avançada pelo “Relevo” e, na sequência da publicação, a marcação de uma conferência de imprensa de Rafa Nadal, a ter lugar na sua academia, deixava evidente que viria aí anúncio importante. E assim foi.
O tenista espanhol, ausente dos courts desde 18 de janeiro, quando se retirou do Open da Austrália por lesão, não disputará Roland-Garros, impotente contra os problemas físicos que o têm atormentado. Nadal comunicou, ainda, que fará uma pausa na sua carreira, estando de fora da competição “nos próximos meses” para tentar “regenerar o corpo” com um objetivo: despedir-se do ténis em 2024, fazendo-o com “garantias” de ser competitivo.
O espanhol, que há muito sofre com um problema crónico no pé esquerdo, sofreu, na Austrália, uma lesão de segundo grau no músculo psoas iliaco do lado esquerdo. Inicialmente, pensou-se numa baixa de seis a oito semanas, mas o tenista revelou que “a lesão não evoluiu como esperado”, pelo que “Roland-Garros torna-se impossível”. Desde 2004 que o rei da terra batida não estava ausente do torneio que já conquistou 14 vezes.
Deixando claro que “foi o corpo que tomou esta decisão”, forçando-o a parar, Nadal explicou que, nos últimos anos, os “resultados foram de primeiro nível, mas o dia a dia foi de nível muito baixo”. Para tentar melhorar o seu estado físico, e por não “estar preparado para competir” ao nível a que se exige, o balear fará uma pausa com o objetivo de voltar “com garantias” em 2024.
Sem colocar uma data de regresso e explicando que, nos próximos tempos, nem irá treinar, Nadal acredita que “uma desconexão será boa” para toda a gente que está ao seu redor, porque “a única recompensa” que tem tido é “a vitória”, porque todo o demais quotidiano implica “demasiado sofrimento”. “Quando me sinta preparado, vamos voltar”.
A poucas semanas de, a 3 de junho, cumprir 37 anos, Rafa enfrentará agora a maior ausência que jamais experimentou dos terrenos de jogo, podendo mesmo estender-se a um ano, caso só regresse no início de 2024. O espanhol procurará “competir ao mais alto nível” na próxima temporada, mas lembra que “nunca se sabe o que passará”.
Ao longo da conferência de imprensa, o tom foi-se tornando mais reflexivo e nostálgico, com uma mensagem forte da parte do homem que venceu 22 majors:“Creio que não mereço terminar assim. Esforcei-me o suficiente durante a minha carreira desportiva para que o meu final não seja hoje, aqui, numa conferência de imprensa. Vou esforçar-me para que o meu final seja de outra maneira”