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“Estou a viver o sonho como jogador”: a levitação romana de Nuno Borges, pela primeira vez na segunda ronda de um Masters 1.000

O tenista português, o atual n.º 88 do mundo, revela que jogar torneios desta natureza “é incrível”. Depois de enfrentar Carlos Alcaraz em Barcelona, segue-se o grego Stefano Tsitsipas (n.º 5) no Open de Itália, em Roma. “Sei que não sou o favorito, mas costumo levar para o court o meu melhor ténis. Jogo sem pressão. Vou dar tudo”

Hugo Tavares da Silva

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Apesar dos 26 anos, Nuno Borges sente-se como se tivesse 21 ou 22. Trata-se do encanto pueril das primeiras vezes. E a última aconteceu em Roma, há poucos dias, depois de vencer pela primeira vez uma partida num Masters 1.000. O tenista, natural da Maia, sente-se nas nuvens depois da vitória contra Dusan Lajovic.

“Nunca imaginei jogar torneios como este”, confessou ao site oficial do ATP Tour. “Estou a viver o sonho como jogador. Roma é um daqueles torneios que vês na televisão, por isso estar aqui a jogar é realmente especial.”

O português que, no mês passado, esteve no Estoril Open, onde Casper Ruud triunfou, deu conta de que só recentemente tem jogado os maiores torneios do circuito. É por isso que todos os jogos lhe sabem a final. “Jogar aqui, num grande palco, é incrível.”

Nuno Borges subiu ao top-100 pela primeira vez em 2022. Ao site ATP Tour reconheceu a influência do pai, Paulo Borges, um ex-voleibolista que o ajuda na hora da derrota, mas também da vitória e, naturalmente, na preparação dos torneios. “Ele promoveu os meus primeiros anos no desporto, mas sempre deixou que eu escolhesse o desporto. Eu gostava mesmo de desportos individuais quando era mais jovem, talvez porque sou filho único. Gosto de estar no comando e de ser eu a fazer, de ser responsável pelo meu resultado.”

Em março, o tenista português conquistou o maior troféu da carreira, em Phoenix, nos Estados Unidos, ao bater na final daquele Challenger 175 o russo Alexander Shevchenko. Essa foi a sétima final de um torneio dessa categoria em singulares para Borges, que venceu os torneios da mesma categoria em Antália, Barletta e Monterrey, em 2021, 2022 e o último já este ano, respetivamente.

Atualmente na 88.ª posição do ranking ATP e profissional desde 2019, Nuno Borges terá agora pela frente nos courts romanos, na segunda ronda do torneio, um exigente duelo contra o grego Stefanos Tsitsipas, o número 5 do mundo.

“Será outra boa experiência para aprender”, comentou, recuperando a partida com Carlos Alcaraz, em abril, em Barcelona. “Joguei contra o Alcaraz e acho que foi semelhante. Eu sabia que não era o favorito e tentei desfrutar, mas entro sempre [no court] para vencer. Somos muito competitivos.”

Agora a esperança está na malha da raquete e na mentalidade. Nas pernas frescas, idem. No fundo, espera jogar o melhor ténis possível, pois só assim poderá ter hipóteses, reconhece. “Sei que não sou o favorito, mas costumo levar para o court o meu melhor ténis. Jogo sem pressão. Vou dar tudo. Acho que estou à altura do desafio”, garantiu o tenista que venceu o Estoril Open em pares, em 2022, ao lado de Francisco Cabral.

O jogo entre Nuno Borges e Stefanos Tsitsipas está agendado para a manhã de sábado, nos campos de pó de tijolo do Internazionali BNL d’Italia, o Open de Itália, em Roma.