É tradição no ténis que se dê palco aos vencedores e o mesmo seja pisado pelos derrotados, faz parte, é assim que é, no púlpito até se ouve o perdedor antes do ganhador e não se limitam tempos. O decoro é habitual, mas, em Madrid, não quiseram respeitar esse tempo que é devido a tenistas quando a final feminina de pares terminou.
Quando Victoria Azarenka e Beatriz Haddad-Maia confirmaram a vitória, deu-se início a uma versão apressada da cerimónia de entrega dos troféus: quando a bielorrussa e a brasileira já tinham os troféus nas mãos, posaram para fotografias ao lado de Coco Gauff e Jessica Pegula, a dupla norte-americana derrotada, e pronto. A cerimónia terminou e nenhuma teve microfone para se endereçar ao público.
A organização do torneio demorou quatro dias, até esta quinta-feira, para reagir às muitas críticas que não tardaram a surgir - além do desrespeito pela tradição da parte de uma prova que pertence ao segundo escalão de relevância na hierarquia do ténis, só atrás dos Grand Slams, a final masculina de pares teve direito a tempo de antena para os vencedores e derrotados.
“Pedimos sinceras desculpas a todos os jogadores e fãs que esperam mais do Mutua Madrid Open. Não dar oportunidade às finalistas de falarem no final do jogo foi inaceitável e temos de pedir desculpa diretamente às tenistas. Cometemos um erro e não voltará a acontecer”, garantiu a organização numa curta reação, assegurando que irá “rever os protocolos” e está “comprometida em melhorar o seu processo”.
Durante o tempo que a organização tardou a reagir, as tenistas visadas criticaram a atitude. “É difícil explicar ao Leo [seu filho] que a mamã não pôde dizer-lhe olá na cerimónia de troféus”, escreveu Victoria Azarenka, no Twitter. A americana Coco Gauff lamentou, na mesma rede social, que “não [teve] oportunidade de falar depois após a final :(” e até Ons Jabeur, número quatro do ranking WTA que assistiu ao jogo, descreveu a atitude do torneio como “triste e inaceitável”.