É provável que todos os amantes de ténis queiram o regresso de Rafael Nadal aos courts tanto quanto o próprio. O espanhol, de 36 anos, não compete desde a segunda ronda do Open da Austrália, o primeiro major da temporada, por conta de uma lesão na perna esquerda. Nessa tarde quente de janeiro, já depois de superar Jack Draper na primeira ronda, caiu perante Mackenzie McDonald e queixou-se logo no segundo set. Há não muitos dias, a organização de Monte Carlo, um Masters 1000, anunciou nas redes sociais a presença do canhoto no torneio. Mas não é bem assim.
“Não sei quando voltarei a jogar, essa é a verdade”, indicou na segunda-feira, no Museu de Arte Contemporânea de Palma, à margem de um evento da sua fundação, em Maiorca. Sobre os rumores da sua presença em Monte Carlo, um torneio para o qual até está inscrito e que arranca a 9 de abril, Nadal baixou as expectativas. “Não sei de onde saiu essa informação, obviamente se fosse verdadeira confirmá-la-ia, mas infelizmente não o posso fazer. Continuo o meu rumo e não sei quando voltarei, essa é a verdade”, insistiu. “Estou numa fase de aumentar o trabalho e se soubesse quando vou regressar di-lo-ia, mas não sei.”
Depois da eliminação na segunda ronda do Open da Austrália, Nadal revelou que sentiu algo na anca e que a partir daí “o encontro [com McDonald] acabou”. Num exercício de vulnerabilidade e de honestidade, recusando fugir à realidade, Rafa admitiu a seguir estar “mentalmente destroçado”. Afinal, era “um dia duro” e que ele aceitava porque “é preciso seguir em frente”.

As queixas de Nadal na segunda ronda do Open da Austrália, em meados de janeiro
Will Murray
Rafael Nadal, um tenista que leva na bagagem 21 torneios do Grand Slam, não disputa uma partida há mais de 70 dias. “Teremos de ir dia a dia e não vou avançar algo que depois não possa cumprir”, desabafou ainda na sequência do evento na sua terra natal. “Direi as coisas quando as saiba realmente.”
Segundo o “El País”, Nadal está inscrito para este torneio em Monte Carlo, que agora parece improvável que participe, e também para o Godó de Barcelona, que se disputa entre 15 e 23 de abril. A incerteza é cada vez maior. Estará em Madrid (26 abril-7 maio)? E em Roma (10-21 maio)? A época de terra batida viaja depois para o seu court divino, para o lugar onde é rei: Roland Garros. Esse torneio, tão especial para o maiorquino que ali ganhou 14 vezes (a ultima em 2022), arranca no dia 28 de maio e deverá mesmo ser essa a sua cenourinha, o grande objetivo, segundo o diário espanhol.
O tenista maiorquino, um dos maiores da história do ténis, é atualmente 13.º do ranking ATP, uma saída do top-10 que não era observada desde abril de 2005.