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Depois do “11 de setembro pessoal”, Navratilova voltou a livrar-se do cancro: “Fazer uma mamografia salvou a minha vida”

A ex-tenista, vencedora de 18 majors, revelou em entrevista ao “TalkTV” que está em remissão dos cancros na garganta e na mama, que não tinham qualquer relação entre si. A checa, também cidadã norte-americana desde 1981, temeu não ver o próximo Natal

Hugo Tavares da Silva

Tim Clayton - Corbis

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Quando, em novembro de 2022, Martina Navratilova foi diagnosticada com cancro da garganta e da mama, aquela que é uma das maiores tenistas da história falou em “duro golpe”, esperando “um desfecho favorável”. Parecia estar a lançar um torneio qualquer.

Agora, mais ou menos quatro meses depois, a checa que também é norte-americana voltou a triunfar, tal como fizera em tantos torneios do WTA, e deu conta de que está em remissão.

O anúncio aconteceu numa entrevista no “TalkTV” que será transmitida esta terça-feira. “Tanto quanto eles sabem, estou livre do cancro”, admitiu a ex-atleta, de 66 anos. Os cancros na garganta e na mama não tinham qualquer relação entre eles.

A doença levou-a a adiar a adoção de uma criança com a sua mulher, Julia Lemigova. “Eu estive em pânico total durante três dias a pensar que poderia não ver o próximo Natal”, confessou na entrevista a Piers Morgan, mencionando ainda que na “bucket list”, ou seja, nas coisas que gostaria de fazer ou viver antes de morrer, ocorreu-lhe algo superficial: “OK, que carrão é que quero mesmo conduzir se viver um ano?”.

Os tratamentos, indicou ainda, vão continuar. “Ainda preciso de fazer radiação na mama direita, mas será só durante um par de semanas e é mais preventivo que outra coisa”, informou.

A antiga tenista, vencedora de 59 títulos na carreira (18 deles majors), teve de superar uma experiência semelhante em 2010, quando lhe foi diagnosticado um cancro da mama e ela chorou como um bebé, admitiu então. “Deu cabo de mim, a sério”, revelou na altura, com 53 anos. “Sinto-me tão em controlo da minha vida e do meu corpo, e isto vem e está completamente fora das minhas mãos.”

Na altura, Martina Navratilova catalogou a doença como o seu “11 de setembro pessoal”, numa alusão ao ataque terrorista contra o World Trade Center, em 2001. A ex-tenista que conquistou nove edições de Wimbledon tornou-se cidadã norte-americana em 1981.

“Fazer uma mamografia literalmente salvou a minha vida”, alertou, incentivando a prevenção e os exames que podem detetar problemas numa fase ainda inicial e assim possível de tratar.