Por mais que Emma Raducanu fale em “processo” e “evolução”, os últimos meses da tenista foram recheados de desilusões. Na verdade, todo o trajeto da jovem britânica desde que, em setembro de 2021, surpreendeu o mundo ao vencer o US Open — tornando-se, aos 19 anos, na primeira jogadora vinda da qualificação a conquistar um major na era Open — tem sido mais marcado pelas derrotas do que pelos êxitos.
Vivendo o paradoxo Raducanu — ser uma das desportistas mais mediáticas do mundo, cheia de milionários contratos publicitários com as mais importantes marcas, ao mesmo tempo que quase nunca ganha um encontro de ténis —, Emma tem sido notícia pelas lesões, as trocas de treinador, as retiradas. Em 2022, venceu 17 duelos e perdeu 19. Esta temporada, uma lesão no tornozelo obrigou-a abandonar o torneio de Auckland, tendo, depois, falhado Austin devido a novo problema físico.
No entanto, há uma luz de esperança para Raducanu. Em Indian Wells, a britânica, atual 77.ª colocada do ranking WTA, conseguiu vencer, pela primeira vez desde setembro, dois encontros seguidos.
Na ronda inaugural do torneio, Emma impôs-se a Danka Kovinic, montenegrina que é a 62.ª da hierarquia mundial, por 6-2 e 6-3. Agora, venceu a polaca Magda Linette, 21.ª do ranking e semi-finalista da última edição do Open da Austrália, por 7-6 (3) e 6-2.
Na Califórnia, o torneio de Indian Wells, que decorre no tennis paradise, é normalmente considerado uma espécie de quinto Grand Slam. E os ares do deserto parecem estar a fazer bem a Raducanu.
A última vez que a britânica, de 20 anos, ganhara mais do que um encontro na mesma competição fora em setembro, em Seul. Na Coreia do Sul, impôs-se a Moyuka Uchijima, Yanina Wickmayer e, também, Magda Linette, antes de defrontar Jelena Ostapenko nas meias-finais. Frente à jogadora da Letónia, abandonou por lesão.
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Em 2023, Emma Raducanu só tinha jogado em Auckland, quando ganhou na primeira ronda e depois se retirou devido a problemas físicos, e no Open da Austrália, quando caiu perante Gauff na segunda eliminatória.
Tentando dar continuidade ao ténis que tem demonstrado, Emma espera, agora, adversária na terceira eliminatória. A britânica defrontará a vencedora do embate entre a checa Katerina Siniakova e a brasileira Bia Haddad Maia.