Há cerca de 15 meses foi iniciada uma investigação para averiguar se as acusações de Olga Sharypova contra o tenista alemão Alexander Zverev eram ou não verdadeiras. A ex-namorada do jogador acusa-o de ser abusivo a nível físico e emocional durante a relação, detalhando mesmo alguns dos torneios e cidades em que os episódios aconteceram: durante o ATP Masters 1000 de Xangai, em 2019, e em Nova Iorque, Mónaco e Genebra.
Esta terça-feira, a ATP anunciou o final da investigação conduzida pela empresa independente Lake Forest Group, afirmando que as provas são “insuficientes para fundamentar as alegações de abuso publicadas”. As conclusões chegam após uma série de entrevistas com Sharypova, Zverev e outras 24 pessoas, incluindo familiares, amigos e outros jogadores do tour. Foram também analisadas mensagens de texto, ficheiros de áudio e fotografias.
“Como resultado, nenhuma ação disciplinar contra Zverev será tomada pela ATP. Esta determinação poderá, contudo, ser reavaliada caso surjam novas provas, ou caso qualquer processo judicial revele violações das regras da ATP. Zverev negou consistentemente todas as alegações e apoiou a investigação da ATP”, lê-se, realçando que não foram encontradas provas dos abusos nem das violações às regras da ATP no local dos torneios ou em relação aos jogadores.

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Sharypova, que foi também jogadora de ténis, começou por fazer as primeiras acusações a Zverev, em 2020, alegando que o alemão tentou sufocá-la com uma almofada e bateu com a sua cabeça contra uma parede na altura do Open dos Estados Unidos do ano anterior. A ex-jogadora confessou mesmo ter medo pela sua própria vida.
“Fui vítima de abuso doméstico! A primeira vez que isto aconteceu no início desta relação, houve uma discussão e fui atirada com a cabeça contra a parede com tanta força que me sentei no chão. (...) Honestamente, é difícil lembrar-me dessa altura porque não havia cores na vida, havia nevoeiro e uma falta de compreensão. Eu era uma pessoa diferente, acreditava no amor e tentava mantê-lo. Mas as pessoas não mudam, como o tempo mostra”, escreveu Sharypova numa longa publicação no Instagram.
Já Zverev negou todas as acusações e mostrou-se a favor de uma política de violência doméstica a ser introduzida no circuito masculino.
“A seriedade e complexidade destas alegações exigiram um processo de investigação extremamente minucioso e recursos consideráveis. Em última análise, acreditamos que o processo exaustivo era necessário para se chegar a um julgamento informado. Mostrou também a necessidade de sermos mais reativos na salvaguarda destes assuntos. É a razão pela qual demos passos nessa direção, com muito trabalho importante ainda por fazer”, concluiu Massimo Calvelli, diretor executivo da ATP.