No ano passado não se chegou a um consenso em relação à deportação de Novak Djokovic da Austrália. O tenista não estava vacinado contra a covid-19 e as regras de entrada no país ditavam que tinha que estar ou então ser dono de uma isenção médica, que o sérvio tentou obter, mas que não foi aceite pelas autoridades locais. Sendo assim teve que sair e ficou impedido de jogar o primeiro torneio do Grand Slam do ano. Uns acharam a decisão mais correta e justa, outros consideraram totalmente desnecessária.
As opiniões distintas fizeram com que fosse difícil perceber de que forma o tenista iria ser recebido este ano, em que regressa para jogar o ATP 250 de Adelaide e o Open da Austrália, até que esta segunda-feira deixaram de existir dúvidas: Djokovic foi recebido pelo público australiano de braços abertos.
O sérvio começou o ATP 250 de Adelaide com uma derrota no torneio de pares, onde participa com o amigo Vasek Pospisil, contra Tomislav Brkic e Gonzalo Escobar, mas o resultado pouco importou para a reação dos adeptos nas bancadas. Djokovic teve direito a tudo. Cânticos, bancadas cheias, adeptos que não conseguiram lugar a espreitar através da vedação, bandeiras, cachecóis.
“Gostem ou não. O maior de todos os tempos”, lia-se numa das bandeiras, enquanto das bancadas um adepto soltou o grito: “A Austrália ama-te”.
Visivelmente de bom humor, no final o tenista fez questão de ficar algum tempo no court para dar autógrafos e tirar fotografias, abraçando assim a reconciliação com o público local Com esta derrota, o foco passa a ser exclusivamente no torneio de singulares, onde o francês Constant Lestienne será o adversário que terá pela frente.
Ainda assim, a resposta positiva em Adelaide fala apenas por si só. Resta saber de que forma os adeptos vão receber Djokovic em Melbourne, onde o teste pode ser diferente visto que é lá que se joga o Open da Austrália, o torneio que deixou marcas para o sérvio em 2022.
“O que se passou há 12 meses não foi fácil de digerir durante um tempo”, afirmou o sérvio, numa conferência de imprensa em Adelaide. “Não foi fácil para mim, nem para a minha família, equipa, qualquer pessoa próxima de mim. Não dá para esquecer o que aconteceu. É uma daquelas coisas que fica contigo, acredito, para o resto da vida. Nunca passei por algo assim antes e espero nunca mais vir a passar”.