Roger Federer foi um dos gigantes do ténis que terminou a carreira em 2022. Numa altura em que o tema de conversa já não passa por resultados, jogos ou os torneios onde vai ou não marcar presença, o suíço optou por começar a abrir o álbum de memórias e contar algumas das suas muitas histórias.
A primeira está relacionada com um momento que ainda hoje deve emocionar muitos adeptos da modalidade: o último jogo de Federer e Rafael Nadal juntos. Os jogadores já tinham falado sobre a possibilidade de voltarem a jogar a Laver Cup, sendo que já o tinham feito em 2017, só que a participação conjunta de 2022 tornou-se verdadeiramente especial por marcar o final da carreira de Federer e o fim de uma era em que o suíço e o espanhol foram os principais protagonistas.
“Foi uma chamada bastante emotiva porque o Rafa foi uma das primeiras pessoas fora da minha equipa que soube da minha decisão de terminar a carreira”, contou Federer no programa norte-americano “The Daily Show”. “Eu disse-lhe: 'Antes de fazeres outros planos, gostaria que viesses à Laver Cup e jogasses um último torneio de pares comigo. Seria fantástico porque o meu joelho não está bem e é o fim'. Ele disse: ‘Oh, sim, meu Deus. OK, sim, estarei lá, aconteça o que acontecer’".
E não ficou por aqui. Federer lembrou ainda o momento em que quase foi barrado em Wimbledon. Parece mentira, mas não é.
O suíço estava em Londres para uma consulta médica, onde procurou uma segunda opinião por causa da lesão no joelho, e tinha cerca de duas horas livres antes do seu voo de regresso a casa. Como não tinha ideia que iria ter esse tempo livre, não avisou ninguém em Wimbledon que iria passar por lá, mas decidiu ir na mesma.
“Nunca estive em Wimbledon sem o torneio estar a acontecer. Parei no portão onde geralmente os convidados entram e saí para falar com a segurança”, disse Federer, confiante de que não teria qualquer problema em entrar.
Não foi bem assim.
“Perguntei à senhora da segurança por que porta deviria entrar e ela perguntou-me se eu tinha um cartão de membro. Quando se ganha Wimbledon automaticamente passas a ser membro, mas honestamente não sabia do cartão, provavelmente está em casa. Disse-lhe que não tinha o cartão, mas sou membro e só queria saber por onde entrar”, afirmou.
A conversa continuou por mais algum tempo, com a segurança a insistir que ele teria que ser membro do clube e, claramente, a não reconhecer o tenista. Até que Federer mudou de estratégia.
“Eu ainda não acredito que disse isto, ainda me sinto mal. Eu olhei para ela e disse: ‘Eu ganhei este torneio oito vezes, por favor acredite em mim, eu sou um membro, por onde é que eu entro?’”, contou.
Federer acabou por não conseguir passar por aquela entrada e teve que tentar outra, onde foi reconhecido por outro segurança e conseguiu entrar sem o cartão de membro.
“Quando eu disse que venci Wimbledon oito vezes, por um segundo eu já nem tinha a certeza se tinham sido oito. Eu disse, mas eu nunca digo estas coisas”, disse o suíço.